O ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) disse em acordo de delação premiada que Pedro Taques (PSDB), atual governador do Estado, se comprometeu em não “remexer” nos erros dos governos anteriores -o dele, Barbosa, e o de seu antecessor, Blairo Maggi (PP).
Segundo o delator, o acerto foi feito em uma reunião durante a campanha de 2014 em que os três estavam presentes na casa do então prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), que também participou do encontro.
“Pedro Taques pediu ao colaborador para não investir na campanha de Ludio [Cabral, candidado ao governo de Mato Grosso pelo PT], sendo que se o colaborador não investisse, ele [Pedro Taques] não iria ficar remexendo nos erros cometidos nas gestões anteriores, tendo o colaborador concordado que Blairo Maggi tinha interesse nesse acordo, pois sabe que fatos ocorridos na gestão do colaborador foram realizados para quitar despesas deixadas por Blairo”.
Barbosa relatou também que em outra reunião com Mendes, na qual ele falou em nome de Pedro Taques, foram solicitados R$ 20 milhões para a campanha do tucano. Isso reforçaria a postura de Taques de não vasculhar as gestões anteriores.
O ex-governador contou que chegou a conversar com o próprio Taques na época da campanha e que o questionou sobre o auxílio pedido por Mauro Mendes.
Barbosa disse que posteriormente o responsável pela arrecadação da campanha de Taques deixou de ser Mauro Mendes e passou a ser o empresário Alan Malouf. Em nova reunião com ele e com Taques, o então candidato a governador agradeceu a atuação de Barbosa destacando que a campanha do rival estava financeiramente “tímida”.
Posteriormente, o delator narrou um novo encontro com Taques, com o ex-secretário do Estado e ex-diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, e outros presentes, quando foi dito que a campanha já tinha arrecadado muitos recursos.
O pedido de R$ 20 milhões foi suspenso, mas foi solicitado que ele colaborasse para a campanha do tucano com R$ 2 milhões, além de 1 milhão de litros de combustível. Barbosa concordou e combinou que Pagot passaria em seu gabinete para executarem o acerto. O fato, porém, acabou não acontecendo. (Folhapress)