O Google anunciou nesta terça (18) por meio de um comunicado o plano de fazer com que seu projeto de óculos inteligentes Glass seja expandido no mundo corporativo.
“Nós percebemos inicialmente o potencial do Glass para empresas nos dias de Glass Explorer [programa para desenvolvedores]”, escreveu Jay Kothari, diretor de produto do Glass.
O aparelho vestível -tendência que perdeu força nos últimos anos- foi lançado inicialmente em 2013 por US$ 1.500, quando o Google ainda tinha o público em geral, e não o ambiente de trabalho, como seu escopo.
Por causa do tamanho alarde realizado pela companhia em relação aos seus óculos -equipados com câmera, um projetor de imagens e conectividade bluetooth e wi-fi-, eles foram tidos como um grande (e raro) fracasso do Google por analistas e pela imprensa. Por questões de privacidade, ele também chegou a ser proibido em alguns restaurantes e eventos.
Agora, ao mesmo tempo em que ganha crescente popularização a chamada realidade aumentada (sobreposição de elementos virtuais a reais), o Glass passa a ser empregado por empresas como DHL, General Electric e Sutter Health nos segmentos de logística, aviação e saúde, respectivamente.
“Mecânicos da GE Aviation em Cincinnati, Ohio, usam software de uma parceira nossa com instruções em vídeos, animações e imagens [estáticas] diretamente em seu campo de visão para que não tenham que deixar o que estão fazendo para olhar o computador”, escreveu Kothari.
Segundo o executivo, o Glass Enterprise Edition, como é intitulada a versão para empresas, ganhou adaptações para poder ser usado em linhas de produção, tais quais lentes resistentes a impacto. A duração da bateria e o conforto de uso do dispositivo -grandes reclamações de usuários- também ganharam melhorias, diz ele.
Segundo uma das companhias que estão usando os óculos em fábricas, eles foram responsáveis por reduzir em 25% o tempo levado por funcionários para um processo específico, de baixo volume e alta complexidade. A alemã DHL, de entregas, afirma que sua cadeia de produção ganha 15% de eficiência quando o Glass é usado.
Há pouca concorrência para o Glass, talvez justamente por causa do alto risco financeiro (e, talvez, de relações públicas) em que podem incidir iniciativas do tipo.
Empresas que têm óculos de realidade aumentada, como a Microsoft e o aparelho HoloLens, apostam no consumidor comum, que usaria os óculos para vídeos e fotos imersivos e games.
O Google também anunciou nesta terça que fará mudanças na sua homepage para incluir o que a empresa chama de Feed, uma seção com notícias, alertas, informações pessoais, vídeos populares e outras sugestões que o buscador considerar útil especificamente para o usuário.
Esse agregador de “interesses” será implementado nesta quarta-feira (19) no app principal do Google para Android e para iPhone nos EUA
A novidade chega para o Brasil e demais países dentro de duas semanas.
A página principal do Google no computador -que, em essência, não mudou desde que foi lançada, em 1998- receberá as mudanças “em breve”, disse a empresa. (Folhapress)