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Categorias: Tecnologia
| Em 7 anos atrás

Google lança plano de assinatura para empresas de jornalismo

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ROBERTO DIAS, ENVIADO ESPECIAL* – NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – O Google lançou um serviço de assinaturas para empresas de jornalismo.

O anúncio foi um dos vários feitos pela empresa na manhã desta terça (20) durante evento em Nova York. Embaladas sob o nome “Google News Iniciative”, as ações incluem mudanças na maneira como a plataforma apresentará conteúdo e financiamento de iniciativas contra desinformação.

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No caso das assinaturas, a empresa entrará com tecnologia para aumentar o número de pessoas que pagam por conteúdo jornalístico digital.

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Isso será feito em duas frentes principais. Na primeira delas, um novo serviço vai permitir que o usuário assine uma publicação usando sua conta do Google, que o manterá logado em todas as plataformas desse veículo.

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O Google disse que cobrará das empresas de mídia uma taxa de manutenção pelo uso da ferramenta, mas se recusou a dizer qual será.

“O que posso dizer é que será um modelo muito, muito generoso para o publisher”, afirmou Richard Gingras, vice-presidente de produtos noticiosos da companhia.

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Será adicionado um espaço na busca para que os assinantes de determinado jornal possam ver em destaque o material produzido por aquele veículo.

“O Google é a maior fonte de visitas para nós”, afirmou Beth Diaz, vice-presidente de desenvolvimento de audiência do jornal “The Washington Post”. “A primeira coisa que faz as pessoas assinarem é o poder do jornalismo. Mas o lado dos negócios precisa ajudar.”

A segunda frente anunciada nesta terça para aumentar a cobrança por conteúdo digital diz respeito ao uso de tecnologia para indicar quem poderia ser um novo consumidor de determinado veículo. O Google entregará ao publisher dados que permitirão individualizar a tentativa de venda de seu conteúdo para cada pessoa.

Mais e mais atacada pelo domínio crescente da publicidade -forma, com o Facebook, o chamado duopólio digital-, a empresa tenta reforçar a mensagem de que está disposta a repartir os ganhos ao longo da cadeia de produção de conteúdo.

Diz ter direcionado 10 bilhões de cliques por mês ao publishers em 2017. Além disso, afirma ter distribuído às empresas de mídia US$ 12,6 bilhões -seu faturamento no ano passado foi de US$ 110 bilhões.

“Se vocês não tiverem sucesso, nós não teremos sucesso”, disse Phillipp Schindler, vice-presidente sênior do Google.

Segundo Bonita Stewart, vice-presidente de parcerias da empresa, o modelo apresentado em Nova York “funciona para o jornalismo, mas pode ser utilizado para qualquer coisa”.

Outra mudança destina-se aos algoritmos do Google e do Youtube, de modo a privilegiar conteúdo de fontes confiáveis especialmente em momentos de notícias quentes.

“A busca do Google é uma ferramenta de busca, não um oráculo da verdade absoluta”, lia-se em uma das apresentações em Nova York.  “As pessoas precisam podem usar a busca de qualquer conteúdo que esteja dentro dos limites legais da liberdade de expressão”, afirmou Gingras.

Assim, o sentido do pacote de anúncios é tornar mais fácil identificar o que é o quê. Além de reforçar o investimento em educação midiática dos jovens, a empresa se comprometeu a trabalhar mais na identificação da chamada “mídia sintética”, como vídeos alterados digitalmente para fazer com uma pessoa diga algo que não disse, e esforçar-se em melhorar a qualidade da informação médica entregue pela ferramenta de busca (o popular “doutor Google”).

As novidades têm como pano de fundo a crise de credibilidade envolvendo o Facebook, que tem tirado valor da empresa no mercado de ações e deve levar seus executivos a nova rodada de depoimentos. O Google tenta se posicionar de maneira a reforçar as diferenças e minimizar as semelhanças em relação a seu maior competidor pela publicidade digital.

*O jornalista Roberto Dias viajou a convite do Google (Folhapress)

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