Refúgio e berço de inúmeras manifestações artísticas na cidade de Goiás (GO), do teatro à dança, da música ao cinema, o Cine Teatro São Joaquim teve as suas portas abertas hoje pelo governador Marconi Perillo e volta a receber a maior riqueza de seus moradores: a cultura.
Depois de passar por uma grande obra de requalificação, realizada com investimentos de R$ 10,09 milhões do PAC Cidades Históricas, o principal equipamento cultural da antiga capital de Goiás foi reaberto em meio a uma extensa agenda cultural e o lançamento, pelo governador, da 19ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA).
Além da solenidade de entrega da obra, o violeiro goiano Marcus Biancardini realizou um show no local, que abre a temporada de eventos culturais que antecedem a mostra do Fica 2017, com apresentações musicais, teatrais e exibições de filmes durante quatro dias.
Requalificação – Apesar de consolidado como espaço de referência em Goiás, o edifício do Cine Teatro São Joaquim estava em estado precário e possuía uma arquitetura que destoava do conjunto arquitetônico da cidade, além de equipamentos e instalações que não atendiam à demanda dos eventos culturais que eram sediados ali.
Executada pela Prefeitura Municipal de Goiás com recursos do PAC das Cidades Históricas, do Governo Federal, a obra de requalificação foi iniciada em julho de 2015 e teve, entre seus desafios, a busca por uma solução arquitetônica que melhor contextualizasse o edifício em relação a seu entorno.
A requalificação do espaço também atendeu às condições de acessibilidade universal e reequipou o Cine Teatro em termos cênicos, luminotécnicos, acústicos e climáticos. Outro destaque da intervenção é a incorporação de um painel artístico ao foyer, com autoria do artista plástico e intelectual goiano Elder Rocha Lima, retratando a Serra Dourada.
O projeto de requalificação foi apresentado para a comunidade local em evento público ainda no início da obra e todo seu desenvolvimento contou com a participação de outros segmentos culturais, gestores e parceiros do Iphan, tais como o Instituto Federal Goiano, a comissão do FICA e produtores culturais locais. A expectativa é de que Cine Teatro São Joaquim se consolide agora como o principal equipamento cultural do interior do estado de Goiás, dinamizando a vida cultural da cidade e atraindo desenvolvimento econômico e social.
Na prática, a requalificação do Cine Teatro São Joaquim chega para marcar um processo de transformações pelas quais a cidade vem passando nas últimas décadas, incluindo o melhor desempenho nas ações do PAC Cidades Históricas em todo o país. Para além das ruas de pedras e do casario, que ainda hoje são a marca do conjunto que é protegido pelo Iphan e reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco, a cidade resiste e se renova por meio de uma valiosa produção cultural e artística.
Um espaço histórico no coração de Vila Boa
Em 1857, às margens do Rio Vermelho, foi inaugurado um teatro na cidade de Goiás, por iniciativa dos comerciantes da antiga capital. Com o passar dos anos, esse teatro deixou de existir e a cidade recebeu, em meados do século XX, um novo aparelho cultural, o Cine Anhanguera. Apesar dos esforços do poder público em manter o local, suas instalações eram deficientes e foram demolidas para a construção de um novo imóvel, de feição funcional, mas que não considerava o seu entorno, que é marcado pelas características da arquitetura vernacular dos séculos XVIII e XIX. Na década de 1990, já então conhecido como Cine Teatro São Joaquim, o edifício passou por mais uma reforma, tornando-se palco de importantes apresentações culturais para a cidade.
Ainda hoje, as canções, as cores e as letras de Goiás percorrem os becos e se encontram logo depois da ponte da Casa de Cora Coralina, em frente à Cruz do Anhanguera, meio do caminho entre o Museu de Arte Sacra e a Igreja do Rosário. Coração da cidade, o Cine Teatro São Joaquim é o quinto espaço a receber investimentos do PAC Cidades Históricas na antiga Vila Boa, em um total de seis ações. Além dele, já foram concluídas a Restauração da Escola de Artes Veiga Valle, a Recuperação da Ponte da Cambaúba, a Restauração do Mercado Municipal e a Instalação do Arquivo Diocesano de Dom Tomás Balduíno.
Cidades históricas – O PAC Cidades Históricas está presente em 44 cidades de 20 estados brasileiros, totalizando R$ 1,6 bilhão em investimentos em 424 ações. O Programa é uma linha exclusiva do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criada em 2013 para atender os sítios históricos urbanos protegidos pelo Iphan, proporcionando a revitalização das cidades históricas, a restauração dos monumentos e a promoção do patrimônio cultural.