A Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego) está em estágio inicial de negociações com laboratórios da China, da Índia e da Rússia para fabricar vacinas contra a covid-19, caso elas sejam aprovadas em todos os testes de eficácia e segurança. A informação foi publicada primeiro pelo Jornal O Popular e confirmada pelo Diário de Goiás.
“Temos recebido algumas solicitações e procurado outros (laboratórios). Estamos atentos ao mercado e às oportunidades para que, assim que uma terceira fase da vacina esteja concluída, possamos fazer uma parceria”, disse o presidente da Iquego, Denis Pereira.
Qualquer negociação só vai avançar quando houver comprovação científica de que a vacina é eficaz e segura, adiantou o presidente. A ideia, segundo ele, é não alocar recursos públicos, como países e outros estados brasileiros têm feito, em tecnologias que podem não ser efetivas contra a covid-19. “Estamos tendo muita atenção e muito cuidado com isso. Os governos acabam se comprometendo a comprar vacinas, mesmo sem a certeza de comprovação”, reforçou.
Os laboratórios da China, Índia e Rússia foram os que procuraram o governo goiano para estabelecer parceria. Pereira ressalta que não há protocolos de intenção assinados atualmente.
A estatal tem negociação mais avançada com um laboratório chinês para produção de um medicamento utilizado no tratamento de hepatite B que teria se mostrado efetivo contra o coronavírus Sars-CoV-2 em testes iniciais. “O medicamento tem comprovação em torno de 50% e serviria também de tratamento para a covid-19. Estamos aguardando mais testes, mas este já está mais avançado um pouco”, afirmou Pereira. O nome do fármaco não foi revelado.
Se qualquer convênio for firmado, a Iquego, com aval do Ministério da Saúde e da Anvisa, importaria tecnologia e medicamento e, posteriormente, receberia dos parceiros a transferência de tecnologia para produção em Goiás.