Goiás não figura entre os estados que foram considerados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como regiões livres da febre aftosa sem vacinação. A Instrução Normativa publicada na última sexta-feira (14) pela pasta inclui Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia na lista, além de partes do Amazonas e de Mato Grosso.
Além deles, apenas Santa Catarina tem certificação de zona livre de febre aftosa sem vacinação. Para realizar a transição de status sanitário, os estados e regiões atenderam requisitos básicos, como aprimoramento dos serviços veterinários oficiais e implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença, entre outros, alinhados com as diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).
A Agrodefesa goiana explicou que são vários grupos de estados que trabalham para fazer parte da zona livre da febre aftosa sem a necessidade de vacinação. A ideia era que Goiás e os estados que compõem o grupo do estado fossem incluídos na lista em novembro do ano que vem. Por causa da pandemia, esse prazo foi prorrogado pelo Mapa.
Com o reconhecimento nacional, a ministra Tereza Cristina ressalta que os estados terão a oportunidade de ampliar a participação no mercado internacional. “Mais de 40 milhões de cabeças estarão prontas para exportação para mercados mais exigentes. O Brasil já é livre de aftosa com vacinação, mas esse bloco será livre sem vacinação. E isso deve melhorar o valor dos produtos desses locais para exportar para mercados como Japão, Coreia do Sul, que são mais exigentes e que não aceitam a carne bovina vacinada”, disse.
O processo de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação está previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa), conforme estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa).
“O reconhecimento nacional pelo Mapa é um dos passos para alcançar o reconhecimento internacional junto à OIE [Organização Mundial de Saúde Animal]. A expectativa é de termos esse reconhecimento pela organização em maio de 2021 para esses estados”, destaca o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes. De acordo com o diretor, o Mapa encaminha nesta sexta-feira o pleito brasileiro à OIE para o reconhecimento internacional. Esses estados passarão por uma rigorosa avaliação por profissionais indicados pela organização.
O ingresso de animais e produtos de risco para febre aftosa desses seis estados e em Santa Catarina deve obedecer às diretrizes definidas para origem em zona livre de febre aftosa com vacinação, até o reconhecimento pela OIE como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. A norma entra em vigor no dia 1º de setembro.