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Categorias: Cidades
| Em 8 anos atrás

“Goiás caminha para o futuro sem perder os laços com a sua história”, diz Marconi, ao lançar o Circuito das Cavalhadas de Goiás

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Uma manhã de cores e tradições. O governador Marconi Perillo lançou hoje, embaixo das tradicionais jabuticabeiras do Palácio das Esmeraldas, o Circuito das Cavalhadas de Goiás, que na prática cria um calendário oficial para as celebrações das disputas entre mouros e cristãos, em 13 municípios do Estado. Como forma de incentivar e valorizar as manifestações culturais do Estado, o governador anunciou a criação do Cartão do Cavaleiro, que se destina a ajudar os participantes das Cavalhadas na aquisição dos materiais para confecção das roupas. Muitos deles reclamam de dificuldades na aquisição dos materiais para confecção das fantasias. Para garantir o benefício, o Governo de Goiás deve enviar projeto de lei para votação da Assembleia Legislativa.

Participantes das cavalhadas de vários municípios – Santa Cruz, Pirenópolis, Jaraguá, Palmeiras de Goiás, Corumbá, Santa Terezinha, São Francisco – participaram do lançamento do Circuito das Cavalhadas, vestidos a caráter. Um grupo cavaleiros mirins de Corumbá, acompanhados pela Banda 13 de Maio, a mais antiga de Goiás, fez uma apresentação especial em homenagem ao governador e à primeira-dama Valéria Perillo, que nasceu em Pirenópolis, cidade onde a tradição cultural das Cavalhadas passa de geração a geração há quase 200 anos. “Nasci e cresci vendo as Cavalhadas de Palmeiras de Goiás e elas fazem parte da minha identidade cultural”, disse Marconi, ao destacar que trata-se de uma celebração de laços de paz entre as pessoas. “Nas Cavalhadas, o professor universitário e o agricultor celebram juntos”, ressaltou Marconi, ao enfatizar o clima de fraternidade entre as pessoas, uma vez que é acima de tudo uma manifestação de fé das pessoas. Segundo ele, “Goiás caminha para o futuro sem perder os laços com a sua história”.

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O vice-governador José Eliton parabenizou Marconi pela ideia de criar o Cartão do Cavaleiro, que valoriza aqueles que ajudam na manutenção da tradição, que é um “patrimônio imaterial” de Goiás. Valéria Perillo disse ter o maior orgulho de participar das Cavalhadas, símbolo maior das tradições de Goiás.

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Para o presidente da Goiás Turismo, Leandro Garcia, as Cavalhadas se inserem no contexto de Goiás “e suas experiências inesquecíveis”. Além de ser uma tradição, fortalece o turismo cultural no Estado. Na avaliação da secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, as Cavalhadas fortalecem a identidade cultural dos goianos e cria um sentimento de orgulho de sua herança.

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Treze municípios integram o Circuito das Cavalhadas. Este ano, 12 estão participando: Posse, Santa Cruz, Jaraguá, Pirenópolis, Palmeiras, Hidrolina, São Francisco, Santa Terezinha, Corumbá, Pilar, Luziânia e Niquelândia.

A tradição das Cavalhadas – Conhecidos como mouros, os mulçumanos da Mauritânia invadiram, nos idos do século VIII, o sul da Península Ibérica, dominando a região de Granada, de onde foram expulsos somente em fins do século XV. Foram quase 800 anos de ocupação moura por quase toda a península, o que, inegavelmente, colaborou para o avanço tecnológico destas nações, uma vez que os mulçumanos árabes, propagadores do islamismo, eram mais evoluídos, do ponto de vista tecnológico, artístico e cultural, do que os cristãos da época. Os reis que resistiram a este avanço refugiaram-se ao norte da península e mantiveram intacta sua cultura, vindo deles a iniciativa de expulsão da soberania moura na Península Ibérica.

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Incorporada ao folclore, durante séculos, a História de ‘Carlos Magno e os 12 pares da França’ era atração nas vozes dos trovadores e, somente em idos do século XIII, em Portugal, é que resolveu instituí-la como uma festividade, aos modos de uma representação dramática, quase que como um jogo de xadrez, a fim de incentivar a instituição cristã e o repúdio aos mouros. Num grande campo de batalha, onde de um lado, o lado do poente, 12 cavaleiros cristãos vestidos de azul, a cor do cristianismo, lutam contra 12 cavaleiros mouros vestidos de vermelho, encastelados no lado do sol nascente.

No Brasil esta representação dramática foi introduzida, sob autorização da Coroa, pelos jesuítas com o objetivo de catequizar os gentios e escravos africanos, mostrando nisto o poder da fé cristã. Por todo o Brasil encontramos as Cavalhadas sendo representadas, em diferentes épocas, prova de que esta manifestação folclórica nada tem a ver, de origem, com a Festa do Divino ou a Pentecostes, como é no caso de Pirenópolis.

Introduzida em Pirenópolis em 1826, pelo Padre Manuel Amâncio da Luz, como um espetáculo chamado de “O Batalhão de Carlos Magno”. Pirenópolis manteve forte esta tradição, uma porque os primeiros colonizadores da antiga cidade mineradora eram, em sua maioria, portugueses oriundos do norte de Portugal, local onde mais se resistiu à invasão moura, outra porque o caráter centralizador da população dominante viu com bons olhos o efeito separatista entre as classes sociais. Porém o que mais motiva a população a manter viva a infindável rixa entre mulçumanos e cristãos é a beleza do espetáculo e o prazer pela montaria.

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