Mereceriam destaque os números de intenções de voto em Goiânia – apresentados pela última pesquisa do Instituto Grupom, divulgados pelo jornal Tribuna do Planalto neste fim de semana, e que também pode ser lida no DG (LEIA AQUI).
Mereceriam, não fosse a violência.
A violência dos números que mostram o tamanho da violência que assola a Capital – na realidade e na opinião do eleitor.
Pois nem Iris Rezende (PMDB), nem Marconi Perillo (PSDB), nem Vanderlan Cardoso (PSB), Antônio Gomide (PT) ou Júnior do Friboi chegaram lá.
O grande vencedor do estudo pré-eleitoral foi o medo de ser uma vítima da violência, compartilhado por 57,9% dos entrevistados.
A insegurança ultrapassou o receio de aumento dos preços ou inflação (54,1%), o risco por alguma doença (41,3%), e até mesmo a falta de dinheiro (42,3%).
Uma situação que deixa a cidade à deriva e põe em xeque a política de segurança do Governo Estadual, evidenciando a ineficiência dos métodos praticados.
Mas o cenário não é recente e o governador Marconi Perillo (PSDB) já sabia disso.
Tinha ciência de que não estava bem em Goiânia e que seu principal problema era a INsegurança.
Não por acaso anunciou 2014 como “o ano da Segurança Pública”.
O que se vê, até o momento, porém, é outra coisa.
É o crescimento dramático dos índices de violência, que refletem a ‘produção’ de mortes em cascata, e deixa em pânico as famílias goianienses, reféns da falta de ações do Poder Público.
Somente nos últimos 10 anos o índice de homicídios em Goiás cresceu 80%. Entre jovens de 15 a 24 anos, o aumento foi de 92,2%. Os dados são do Mapa da Violência divulgados no fim do ano passado.
Enquanto isso, os números eleitorais só reforçam o que já se sabe. Na Capital, Marconi tem dificuldades de ser o preferido.
Sua avaliação vai de mal a pior.
O que está provado, hoje, é que 2014 é o ano da insegurança, em Goiás.
Insegurança esta que devia se estender aos governadoriáveis com discursos que não vislumbram soluções viáveis ao problema que se expande.
E ao prefeito Paulo Garcia (PT), com sua avaliação claudicante que acaba angariando a insatisfação com a violência, consequente também da falta de políticas públicas eficientes na área social.
Mesmo que se diga que segurança é uma questão estadual, ou nacional. Vá explicar isso ao cidadão!
Deviam estar menos seguros os representantes das três instâncias federativas, corresponsáveis pela situação a que se chegou.
Mas a questão é: para que o processo sucessório volte ao centro das atenções, é bom que os gestores arregacem as mangas e apresentem alternativas práticas à população. Pois a retórica e o discurso protocolar já se mostraram insuficientes.