O número de crianças e adolescentes grávidas na capital aumentou 134% em 2014. Os dados são do Sistema do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento do Ministério da Saúde (MS), em Goiânia, divulgados esta semana. Em 2013, foram registrados 1.775 casos. No ano passado, 2.390.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, o número de meninas entre 10 e 14 grávidas em 2014 subiu de 13 para 54 casos. Só este ano já foram registradas oito situações de gestação nessa faixa etária. Meninas grávidas entre 10 e 19 anos corresponderam a 18% do total de gestantes que fizeram pré-natal em unidades de saúde do município.
Para o coordenador técnico-médico da Maternidade Nascer Cidadão, Jony Rodrigues Barbosa, a maioria dessas meninas apresenta baixo nível de escolaridade e abandonam os estudos por causa da gravidez. Jony ainda afirma que 20% das gestantes trabalham, mas que a renda mensal é considerada baixa, em torno de um a três salários mínimos.
Além disso, de acordo com o coordenador, 60% delas vivem com o parceiro e 70% se autodeclaram pardas ou negras e possuem histórico de gravidez precoce na família, como a própria mãe.
A gravidez na adolescência é considerada de alto risco e pode trazer complicações como prematuridade e baixo peso do bebê ao nascer, diabetes e hipertensão materna, o que aumenta o risco de morte da mãe e do bebê.
Para o médico, a parceria entre escolas e unidades de saúde, estabelecendo estratégias de orientação, discussões sobre sexualidade e métodos contraceptivos seria uma das soluções para reduzir o número de jovens e crianças grávidas.