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Meio Ambiente
| Em 1 dia atrás

Goiânia foi a 4ª capital que mais aumentou áreas verdes nos últimos 20 anos

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Goiânia ganhou 1.657 hectares em áreas de vegetação em 20 anos. A conclusão está no mesmo levantamento que apontou a cidade em apenas 24º lugar entre as capitais mais arborizadas do Brasil, mas considerando a comparação entre o tamanho da zona urbana e a extensão das áreas verdes nela. Por outro lado, também mostrou que a cidade é a 9ª em áreas arborizadas e foi a 4ª em aumento de áreas verdes nos vinte anos entre 2003 e 2023.

Os dados sobre a cidade são da Mapbiomas e fornecidos com exclusividade ao Diário de Goiás nesta segunda-feira (11) pela coordenadora da equipe urbana da organização, a arquiteta urbanista Mayumi Hirye. Ela fez uma análise especial para explicar a referência que colocava a cidade em posição diferente, e até contraditória, da percebida pela população e reconhecida por autoridades e instituições importantes.

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No ano passado, por exemplo, a Organização das Nações Unidas (ONU), concedeu o título de Cidade Arborizada do Mundo, em razão de Goiânia ter mais de 1 milhão de árvores em 32 parques, bosques, praças e ruas. Dessa forma, aparentemente, não faria sentido a cidade estar em 24º lugar entre 25 capitais e Brasília.

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Leia também: Goiânia recebe título da ONU de “Cidade Árvore do Mundo” por sua arborização urbana

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As discrepâncias do mapeamento referentes aos dados divulgados nacionalmente, chamaram a atenção de profissionais que atuam na área. Ex-presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), Clarismino Pereira Júnior, atualmente advogado da área ambiental, se assustou com a 24ª posição. “Não bate com a realidade que temos. É uma surpresa estranha”, frisou ao DG.

Somatória de áreas verdes dá 12%

Mas a coordenadora da MapBiomas explica que a referência que levou a isso está relacionada ao comparativo entre o tamanho da cidade, aproximadamente 31 mil hectares, e a somatória do que as áreas verdes ocupam, 3.971 hectares (12% do território) conforme a visualização por satélite.

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Essa proporcionalidade faz com que Rio Branco (AC), por exemplo, tenha tão boa posição no levantamento (1º lugar), com 3.700 hectares arborizados. É que a cidade possui somente 11 mil hectares de área urbana.

Em números absolutos, Goiânia tem 28 mil hectares arborizados

“Agora, se a gente olhar em termos absolutos, a quantidade de vegetação em termos absolutos são 28.568 hectares, o que coloca Goiânia na 9ª posição em termos absolutos de vegetação”, salientou ela.

Outro dado que o estudo apurou foi o aumento de áreas verdes em Goiânia nos 20 anos mapeados. “Goiânia foi a 4ª cidade brasileira entre as que mais ganharam áreas de vegetação, ficando atrás de Brasília, São Paulo e Rio, entre 2003 e 2023”, citou Mayumi.

A pesquisadora destaca também que o levantamento da MabBiomas dificilmente considera a arborização de ruas e praças, mapeando mais os “maciços de vegetação”, compostos por parques, bosques, margens de córregos, encostas e outras áreas de conservação.

“A gente faz um levantamento de uso e cobertura do solo do Brasil todo usando as imagens de média resolução espacial da coleção Landsat. A Landsat, é uma imagem de 30 por 30 metros. Então, cada pixel da imagem que a gente usa tem 30 por 30 metros, ou seja, 900 metros quadrados. Então, a gente tem uma informação a cada 900 metros quadrados. Com isso, a gente consegue pegar um padrão geral do que acontece e comparar todas as cidades. Mas, obviamente, se, por exemplo, eu tenho uma árvore numa rua, a gente não vai mapear essa árvore, porque ela está muito abaixo do que a gente usa como resolução”, explica. 

Então, acrescenta a coordenadora, existe uma defasagem. “Nossos dados têm uma certa defasagem dependendo da escala que você comparar. Ou se você comparar a imagem de satélite que a gente usa com um levantamento de GPS nas ruas, obviamente, você vai ter muito mais árvores do que o que a gente consegue mapear”, finaliza.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.