A inflação de Goiânia disparou no mês de outubro deste ano. Referente a setembro que registrou uma taxa de 0,03%, outubro ganhou 1,16%, índice mais alto dos últimos 15 meses. Dessas vez, o título de vilões da inflação em Goiânia pertencem a energia elétrica, gás de cozinha, gasolina comum e etanol.
De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Goiânia, a energia elétrica registrou um reajuste de (26,38%), o gás de cozinha com um número menor alcançou (3,83%), a gasolina comum aumentou e chegou a (6,60%) e o etanol alcançou o número de (7,55%). Os índices altos surpreendeu a população e até mesmo os pesquisadores do Instituto Mauro Borges (IMB), da Secretária de Gestão e Planejamento (Segplan).
Outros quatro grupos de despesas também influenciaram e ajudaram a confirmar o resultado positivo da inflação de Goiânia, no mês passado: artigos residenciais (0,79%), saúde e cuidados pessoais (0,30%), educação (0,26%) e despesas pessoais (0,02%), além da habitação (5,66%), onde estão computados a energia elétrica, o gás de cozinha e o aluguel residencial, e o transportes (1,56%).
Comer fora de casa também ficou mais caro. Foram registrados altas em almoço a peso com (0,95%); lanches como sanduiches, mistos, bauru tiveram aumento de (5,27%) e o refrigerante de 290ml aumentou para (1,12%).
A inflação, segundo o gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais do IMB/Segplan, economista Marcelo Eurico de Sousa, é um desastre para o orçamento das famílias, em principal à aquelas que recebem até cinco salários mínimos, cerca de R$ 4.685,00.
A população já sentiu no bolso os preços mais altos e reclama dos gastos. A Lilyan Amaral, mãe de uma menina de um ano e atualmente desempregada, conta que está recorrendo ao micro-ondas para preparar a comida da filha e economizar no gás de cozinha. “Agora faço café, esquento o leite, faço o lanchinho da minha filha tudo no micro-ondas. Me viro do jeito que dá para economizar um pouco”, conta.
E para economizar na energia elétrica e evitar prejuízos no final do mês, Michelle Chaves, agora toma banho mais rápido, evita secadores de cabelo e tira os eletrodomésticos da tomada quando não estão sendo utilizados. “Eu já tinha percebido que a energia tinha aumentado e foi cortando algumas coisas. Lá em casa, a gente tira das tomadas os eletrodomésticos durante a noite e estamos prestando mais atenção para não esquecer nenhuma luz acesa”, conta a vendedora.
O motorista de Uber, Johnathan reclama do preço da gasolina. “Muito caro, quase cinco reais a gasolina. Eu não tenho lucro na corrida. Vou buscar o passageiro e gasto gasolina, deixo o passageiro e gasto a gasolina. Nem sempre o valor da corrida paga o trajeto. Se colocar na ponta do lápis é mais prejuízos que lucro”, reclama.
O gerente Marcelo alerta para a alta na inflação ainda em Novembro. De acordo com ele, o mês poderá continuar em alta já que os resíduos do aumento da conta de energia e os preços dos combustíveis não param de subir.
Quedas
Como cita Marcelo se não fossem as quedas nos produtos alimentícios, vestuários e comunicação os prejuízos as famílias poderiam ser ainda maiores.
No mês passado, os produtos que contribuíram para a variação negativa de -0,21% do grupo alimentação foram: feijão carioca (-9,63%), feijão preto (-1,98%); ovos grandes/extras (-5,05%); abobrinha (-25,30%); leite LV (-1,74%), leite em pó integral (-6,13%), leite condensado (-2,90%), creme de leite (-2,45%); açúcar (-4,10%), sorvete (-5,66%) e achocolatado (-3,89%). E ainda, melancia (-12,68%); banana prata (-15,06%), maçã (-4,14%); macarrão (-1,37%); carne suína: pernil (-2,30%), lombo (-4,26%); pão de forma industrializado (-6,12%), rosca doce (-4,77%), pão de queijo (-2,79%); as carnes bovinas paleta (-5,24%) e coxão mole (-2,88%); linguiça toscana (-1,55%); cebola (-1,89%) e café moído (-1,50%).
Devido à queda dos alimentos, pelo 7º mês consecutivo, o custo da cesta básica para o trabalhador goiano que ganha um salário mínimo (R$ 937,00) ficou em R$ 298,81, uma queda de 0,06% em relação ao valor registrado em setembro passado.
No acumulado do ano, o custo da cesta básica, composta por 12 itens, já caiu 11,97% na comparação com igual período do ano passado, e -14,41% no acumulado dos últimos 12 meses.