No início, era apenas um evento feito com a intenção de escalar as bandas de um pequeno selo de fitas cassete. Hoje é um gigante que espalha por quatro palcos nomes como Nação Zumbi, Emicida, Pabllo Vittar e Gilberto Gil.
O Bananada cresceu, deixou de ser apenas um espaço dedicado ao rock e consolidou-se como um dos principais festivais de música do Brasil. Montado sempre em Goiânia (GO), chega à 20ª edição.
De sexta (11) até domingo (13), quatro palcos serão distribuídos no Passeio das Águas Shopping, com diversas atrações. Mas o evento está sendo realizado desde segunda-feira (7), com shows em vários espaços da cidade. O guitarrista norte-americana Lee Ranaldo (da banda Sonic Youth), por exemplo, fez apresentações na segunda e na terça.
“Pensamos em um formato que dure uma semana inteira, com shows menores e, no final de semana, o festival vai para uma arena especial”, diz Fabricio Nobre, 39, fundador e sócio do Bananada. “Queremos ocupar Goiânia com música, criar um diálogo da cidade com a música.”
Além de shows, o festival organiza áreas e encontros de gastronomia, skate, artes visuais e economia criativa. E tenta atrair famílias, com espaço para crianças.
“Uma grande mudança no festival nesses 20 anos foi que entendemos que o relacionamento não se dá apenas pela música, mas por diversas outras áreas”, afirma Nobre, que lá em 1999 era dono do selo Me and My Monkey Records, com distribuição via fita cassete. “Além disso, a música no Brasil virou algo muito abrangente, vai do indie rock ao metal à eletrônica à nova MPB. O Bananada é muito mais diverso.”
Essa diversidade é clara. Se antigamente o festival se preocupava quase exclusivamente com bandas roqueiras, hoje abre as portas para nomes como Pabllo Vittar, ATTOOXXA, Drik Barbosa, BaianaSystem, DJ Marky e Gilberto Gil (em show especial do clássico disco “Refavela”, de 1977).
“Algumas pessoas ainda torcem o nariz para isso, mas falar que o Bananada não é mais um evento de rock é não enxergar o line-up como um todo. Neste anos temos shows do Lee Ranaldo, Dead Fish, Nação Zumbi e vários outros. Então é um evento que ainda tem muito rock”, diz Nobre. “E achar que o Bananada, em 2018, deveria ser um evento apenas de rock é não entender como é a música hoje. Por que é muito diversa.”
E cita Pabllo Vittar como exemplo. “A Pabllo Vittar é um megaícone pop, mas cresceu no circuito de música eletrônica de cidades do interior do Brasil antes de virar uma estrela pop. Ter uma drag de 2 metros de altura no festival é uma atitude roqueira. A música dela é relevante, está conectada com o mundo inteiro.”
Se o Bananada cresceu bastante, reunindo atualmente mais de 100 atrações, dá para dizer o mesmo da cena independente brasileira? Há outros eventos feitos pelo país tão significativos como o Bananada, como o Do Sol (Natal), Se Rasgum (Belém), Coquetel Molotov (Recife). Fabricio acha que o cenário brasileiro desenvolveu-se em paralelo com o evento.
“O Bananada acompanha e participa do desenvolvimento da música independente brasileira. O festival refletiu, nas últimas oito, dez edições, o que é uma parte dessa cena. O circuito está cada vez maior, mais diverso. Temos cenas fortes em Salvador, Belém, Goiânia, Natal.” (Folhapress)
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