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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Geddel vira réu por acusação de ter tentado impedir delação de Funaro

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O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, acolheu denúncia feita pela Procuradoria da República no Distrito Federal e ordenou a abertura de uma ação penal contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima sob acusação de obstrução à Justiça por ter constrangido a família do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro.

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A decisão, tomada nesta terça-feira (23), foi divulgada nesta quarta-feira pela Justiça Federal. O corretor fechou um acordo de colaboração premiada com a PGR (Procuradoria Geral da República) também nesta terça-feira, no qual deverá fazer acusações contra diversos políticos, entre os quais o presidente Michel Temer (PMDB-SP).

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O acolhimento da denúncia contra Geddel não significa culpa do réu, mas sim que o juiz entendeu haver indícios suficientes para a abertura de uma ação penal, durante a qual o ex-ministro será ouvido e apresentará defesa. Somente ao final do processo haverá uma sentença, da qual Geddel também poderá recorrer em segunda instância.

Segundo a denúncia feita pela Procuradoria, Geddel monitorou e pressionou a mulher de Funaro, Raquel Pitta, de julho de 2016 a julho de 2017, “com a intenção de influenciar seu marido a não colaborar com as investigações”. A intenção de Geddel, segundo a Procuradoria, era impedir que Funaro colaborasse em duas operações desencadeadas no DF, a Cui Bono? e a Sépsis, que apuram a existência de uma organização criminosa voltada para financiamentos a empresários, mediante pagamento de propina, com recursos da Caixa Econômica Federal.

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Funaro está preso desde julho de 2016 como alvo da Operação Sépsis, desencadeada naquele mês como desdobramento da Operação Lava Jato.

De acordo com o Ministério Público, Geddel antes de julho de 2016 “não mantinha contato com Raquel”, mas passou a fazer “insistentes ligações” telefônicas após a prisão de Funaro, no ano passado. O ex-ministro indagava sobre o “estado de ânimo” de Funaro e de sua família.

“O Ministério Público Federal salienta que, com essas ligações alegadamente amigáveis, Geddel Vieira Lima buscava intimidar indiretamente o custodiado [preso] Lúcio Bolonha Funaro e impedir ou retardar a sua colaboração com os órgãos investigativos, circunstância que teria sido confirmada pelo próprio Lúcio Bolonha”, escreveu o magistrado em sua decisão.

Conforme o juiz federal, um laudo da Polícia Federal atestou que de maio a junho de 2017 Geddel manteve pelo menos 16 contatos telefônicos com a família de Funaro.

Segundo a denúncia, Geddel cometeu o delito previsto no artigo 2º da lei de combate às organizações criminosas, número 12.850/2013, que prevê de três a oito anos de prisão, e multa, para quem “impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.

Procurada pela reportagem, a defesa de Geddel não foi localizada. Em depoimento já prestado ao juiz Oliveira, o ex-ministro negou todas as acusações e disse que não queria impedir uma colaboração premiada de Funaro. (Folhapress)

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