O ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) foi preso na manhã desta quarta-feira (13) por agentes da Polícia Federal quando apresentava seu programa diário na rádio “Tupi”, em São Cristóvão, zona norte da capital fluminense.
Três policiais cumpriram mandado que determinava a prisão domiciliar do ex-governador quando o programa estava no ar, por volta das 10h30. Um apresentador substituto teve de conduzir os 30 minutos finais do programa.
Garotinho está sendo levado pelos agentes para Campos dos Goytacazes, cidade a 270 quilômetros do Rio, onde o político mora com sua mulher, a também ex-governadora Rosinha.
Ele teve prisão domiciliar decretada no âmbito da Operação Chequinho, que apura suposta compra de votos na eleição para a prefeitura de Campos, em 2016, por meio do programa social Cheque Cidadão.
O processo corre no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Garotinho chegou a ter prisão cautelar decretada em novembro do ano passado, um dia antes de ser preso o também ex-governador do Rio Sérgio Cabral, em outro processo, neste caso da Lava Jato.
Garotinho era acusado de usar seu programa de rádio e seu blog pessoal para pressionar testemunhas e difamar integrantes do Judiciário durante o processo.
Na ocasião, o político alegou questões de saúde e foi levado ao hospital antes de ser encaminhado à detenção. Dias depois, conseguiu no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) liminar que derrubou a prisão e não precisou passar um dia sequer no cárcere.
Garotinho obteve também junto ao TSE a revogação da medida que o impedia de citar envolvidos no processo no blog e na rádio.
A reportagem apurou que o processo estava prestes a ter decisão proferida em primeira instância. A reportagem ainda não teve acesso ao pedido de prisão desta quarta-feira (13).
Em nota, o advogado de Garotinho, Carlos Azeredo, repudiou a prisão ocorrida na manhã desta quarta e informou que irá recorrer da decisão.
Segundo a defesa, o pedido de prisão domiciliar “tem intenção de privá-lo de seu trabalho na Rádio Tupi e em seus canais digitais” com o objetivo de “evitar que ele continue denunciando políticos criminosos importantes”.
De acordo com o defensor, a prisão domiciliar priva o político de exercer sua profissão de radialista e de prover o sustento a sua família.
Sobre as denúncias de compra de votos que deram origem ao processo, a defesa diz que são “suspeitas infundadas” que não justificariam a prisão. Ainda de acordo com o advogado, Garotinho “nunca nem foi acusado de roubo ou corrupção”. (Folhapress)