Com a confirmação de casos identificados nesta segunda-feira em Goiás (16/08), a mutação da variante Gamma, a Gamma Plus pode ser mais contagiosa que as já existentes e a Secretária de Estado de Saúde (SES-GO) irá realizar uma investigação dos casos detectados para verificar as diferenças na transmissibilidade e evolução dos casos comparados com as outras variantes em circulação.
A pasta destaca que ainda é cedo para cravar se a variante é ou não de risco e destaca que independente da mutação em circulação no Estado, o importante é manter as medidas preventivas como o uso de máscara, higienização das mãos, evitar aglomerações e se vacinar contra a Covid-19.
O infectologista Marcelo Daher, explica que trata-se de uma mutação que acabou se adaptando mais e que pode ser transmitida com menor quantidade de vírus. “Ela faz com que se ligue mais fácil a célula do hospedeiro, ou seja, o vírus vem ganhando mais velocidade de transmissão e se adaptando mais, sendo transmitido com menor quantidade de vírus. A carga viral de transmissão é menor. Não tem necessidade de ser muito alta”, destaca.
Apesar da velocidade de contágio maior, não é necessário que se entre em pânico. “Ainda assim, as vacinas funcionam e protegem. A mutação não leva ao vírus a vacina. A vacina ainda protege, mas ela facilita a transmissão, mais ou menos como a Delta”, explica.
Mutação da variante
Uma mutação da variante Gamma, encontrada incialmente em Manaus e antes denominada P.1 foi identificada em amostras de diversas cidades de Goiás. A Gamma Plus preocupa profissionais, pois pode ter maior capacidade de contágio. O sequenciamento foi realizado dentro do projeto de mapeamento das variantes do Sars Cov-2 realizado na Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás e Instituto Federal de Goiás.
A alteração genética dessa variante está em uma parte do vírus que responde pela velocidade com que ele entra nas células do corpo infectado. Esta alteração também é encontrada na variante Delta (Índia) e preocupa porque pode significar uma maior capacidade de contágio, relata a professora Mariana Telles, coordenadora do projeto.
No primeiro conjunto de 62 amostras sequenciadas 54 eram do tipo Gamma, 1 Alpha (Reino Unido) e 7 da Gamma Plus. No segundo conjunto de 61 amostras analisadas, 40 eram do tipo Gamma, 20 da Gamma Plus e 1 B.1.153. As amostras vieram de diversas cidades de Goiás.
Veja a nota na íntegra da Secretaria de Estado de Saúde (SES-Go):
Como a detecção da mutação Gamma-plus é muito recente, ainda não há um posicionamento do Ministério da Saúde se ela pode ser considerada como uma variante de alto risco.
O Estado monitora o surgimento de novos casos e iniciará, assim que conseguir mais detalhes, a investigação dos casos detectados para identificar se há diferenças na sua transmissão e evolução comparados aos casos infectados com as outras variantes já em circulação.
Por fim, independentemente de qual variante está circulando em Goiás, para a população é muito importante manter as medidas de prevenção, como o uso de máscara, higienização das mãos, evitar aglomerações e se vacinar contra a Covid-19.