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Categorias: Entretenimento
| Em 7 anos atrás

Gal, Gil e Nando Reis mostram espírito de banda em nova turnê

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Funcionou. Quem imaginava que o encontro de Gal Costa, Gilberto Gil e Nando Reis pudesse se render à fórmula fácil de mostrar os três se alternando no palco com seus hits, que não são poucos, teve uma boa surpresa.

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Em um show de uma 1h50min na noite de sexta (4), no paulistano Citibank Hall, o trio se apresentou com espírito de banda. Eles ficaram o tempo todo em cena, exceto pela saída momentânea de Nando durante uma música, “Meu Amigo, Meu Herói”. Esta Gal cantou apenas com o acompanhamento de Gil no violão.

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Uma das surpresas mais agradáveis foi justamente Gil tocando guitarra a maior parte do tempo. Fez poses de “guitar hero” e parecia bem alegre durante todo o show.

Quando alguém da plateia gritou “Quebra tudo!”, Gil disse que iria então quebrar sua guitarra. “Alguém tem que fazer o roqueiro aqui”, falou, sorrindo provocador para Nando. E Gal emendou: “Mas nós somos roqueiros. Tropicalistas roqueiros”. “Você mais do que eu”, disse Gil. “Que nada! Eu aprendi com você”, respondeu a cantora.

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O clima de camaradagem era explícito e segurou bem o início do show. Na estreia nacional do projeto Trinca de Ases, Gal parecia nervosa. Não exibia o sorriso aberto que o público conhece bem.

Depois de uns 15 minutos, “Baby” surgiu como divisor de águas. Com uma de suas gravações mais conhecidas, Gal se soltou, e a vibração no palco disparou.

Antes, na abertura, com “Trinca de Ases”, que Gil compôs para descrever esse encontro musical, o trio já fez uma espécie de declaração de intenções, para afirmar a identidade própria da reunião, com os vocais divididos.

As escolhas de repertório não foram óbvias. Como o belo momento de Gal em “Dois Rios”, canção de Nando com Samuel Rosa e Lô Borges, muito mais conhecida na versão gravada pelo Skank.

Gil surpreendeu também com “Luar (A Gente Precisa Ver o Luar)”, uma música que há tempos ele deixou de contemplar em seus shows.

Talvez para valorizar ainda mais o talento do trio, o show teve cenografia despojada e contou com apenas mais dois instrumentistas: os jovens Magno Brito (baixo) e Kainan do Jêjê (percussão).

Nando Reis provou que é um dos poucos nomes de gerações musicais posteriores a Gil e Gal com um cancioneiro forte o bastante para se nivelar aos outros dois.

Suas músicas “O Segundo Sol” e “Água Viva” tiveram a mesma recepção calorosa de clássicos da MPB como “Esotérico” e “Barato Total”.

Também foi forte a resposta a outra inédita, “Tocarte”, parceria de Gil e Nando com introdução que lembra bastante “Freedom”, de George Michael (1963-2016).

Mas nada foi mais emocionante do que a inclusão de última hora de “Pérola Negra”, obra de Luiz Melodia, morto na madrugada da sexta. Gal gravou a música em 1971, no disco ao vivo “Fa-Tal: Gal a Todo Vapor” e chegou a ficar com a voz embargada. Uma justa celebração numa grande noite para a MPB.

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