A poucos dias de ocupar um dos principais ministérios do Palácio do Planalto, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) atacou as investigações que atingem o presidente Michel Temer.
Relator da CPI da JBS, Marun vai propor o indiciamento do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e de seu ex-chefe de gabinete Eduardo Pelella.
Chefe da tropa de choque de Temer no Congresso, o deputado assume na quinta-feira (14) a Secretaria de Governo, pasta responsável pela articulação entre Executivo e Legislativo.
“Houve uma conspiração para afastar o presidente, e a intenção da PGR era interferir na sua própria sucessão. Isso é uma atividade ilícita, para a qual cabe indiciamento”, disse Marun.
Ele apresenta em sessão desta terça-feira (12) o relatório final da CPI. A intenção é que o texto seja votado na quinta, mesmo dia em que Marun tomará posse.
Ele sugere ainda que, por se tratar de “armação”, as provas obtidas como desdobramento da delação da JBS sejam invalidadas.
Gravado pelo empresário e delator Joesley Batista, Temer foi denunciado pela Procuradoria pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça. As acusações foram suspensas por decisão de maioria da Câmara e devem ser retomadas apenas quando o peemedebista deixar o Palácio do Planalto, em 2019.
Além de Janot e Pelella, os irmãos Wesley e Joesley Batista devem ser alvo de indiciamento. O pedido atingirá ainda o ex-procurador Marcelo Miller e o executivo da JBS Ricardo Saud. Pelo texto de Marun, nenhum político será acusado.
Ao menos outros dois relatórios devem ser apresentados na comissão. Um deles de autoria do presidente, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e outro de autoria do deputado Fernando Francischini (SD-PR).
Quando a Câmara arquivou a segunda denúncia da PGR contra Temer, Marun comemorou com uma dancinha em plenário. (Folhapress)