O PSL e o DEM devem finalizar o procedimento de fusão entre as siglas nos próximos dias. Uma reunião no dia 21 de setembro ocorrerá com o intuito de formalizar esta união.
O cientista político Guilherme Carvalho explica à reportagem do Diário de Goiás que com a confirmação da fusão entre as duas siglas, o partido será o maior do país e mais importante neste período até o findar do governo de Jair Bolsonaro.
“A nível nacional se torna o maior partido do Brasil com acentos na Câmara, se torna um importante partido até o fim do governo Bolsonaro e depois das eleições a gente tem que esperar. O DEM foi um partido bem-sucedido nas eleições municipais, então seria um partido que cresceria ainda mais e isso é muito importante para a estrutura institucional brasileira como um todo”, pontua o professor.
Já em Goiás, Guilherme entende que o cenário estrutural não terá expressiva mudança tendo em vista que o DEM, de Ronaldo Caiado, já tem um alicerce sólido e que o PSL pouco acrescentaria.
“Em Goiás, a importância seria um pouco menos, porque o PSL não é um partido com grande estrutura no estado de Goiás, mas, claro, tem deputado federal, inclusive, reeleito, que é o deputado Waldir, que é uma figura que vem numa crescente em Goiás, mas que também não é um ator com capilaridade suficiente para acrescentar muito numa estrutura que o governador Caiado já tem”, frisa o professor.
Para Guilherme Carvalho, a fusão tem maior importância mesmo na base nacional das duas legendas, pois em Goiás — reforça ele — os membros do PSL terão papel menor ante a estrutura do DEM no estado.
“Para a realidade local, eu digo que faz pouca diferença, acho que vai ser algo que vai acrescentar muito mais na lógica da dinâmica nacional. Eu acredito que se isso acontecer, os integrantes do PSL, aqui em Goiás, devem ocupar um papel muito mais secundário dentro de uma estrutura que já existe dentro do DEM”, completa.
O partido unido deve lançar também candidato à presidência da República, em 2022, tal fato seria um desejo dos presidentes ACM Neto e Luciano Bivar — respectivamente presidentes do DEM e PSL.
Ainda não se sabe como chamará a nova legenda. Há os que defendem que o nome seja PSL, por causa da ascensão do partido nas eleições de 2018, inclusive com a vitória do presidente Jair Bolsonaro, eleito presidente da República. O PSL tem também a maior bancada de deputados na Câmara Federal, junto com o PT, com 53 parlamentares.
Políticos em Brasília, de vários partidos, acreditam que a fusão das legendas vai fortalecer a premissa de lançar um candidato de terceira via para enfrentar Jair Bolsonaro e Lula da Silva, que vêm liderando as pesquisas dos últimos meses. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), pode ser este nome escolhido para sair candidato.
Sendo aprovada a fusão, o novo partido surge com 80 deputados federais e 8 senadores. Com essa união, é possível que os ministros Onyx Lorenzoni (DEM) e Tereza Cristina (DEM) deixem a legenda, já que eles continuariam com o governo Bolsonaro.