O furacão Matthew continua, neste sábado (8), seu perigoso trajeto paralelamente à costa leste dos Estados Unidos, onde cinco pessoas morreram, ameaçando provocar inundações nas próximas horas.
No Haiti, Matthew provocou a morte mais de 800 pessoas, além de muitos danos. Mas seu impacto sobre o estado da Flórida foi menos violento que o esperado, até o momento, já que o olho do furacão não tocou terra.
Às 6h GMT (3h de Brasília), Matthew estava perto da costa da Carolina do Sul (Charleston) e da Geórgia (Savannah). O furacão passou à categoria 2 na escala Saffir Simpson de um máximo de 5, com ventos de até 165 km/h.
“Há risco de inundações mortais (…) ao longo da costa da Geórgia, da costa da Carolina do Sul e da Carolina do Norte”, advertiu o Centro Nacional de Furacões (NHC).
O presidente americano, Barack Obama, alertou que Matthew “ainda é realmente um furacão perigoso”.
“Acredito que a maior preocupação neste ponto não é apenas a força dos ventos do furacão, mas o aumento do nível das águas costeiras”, disse Obama na Casa Branca.
O governador da Flórida, Rick Scott, advertiu na noite de sexta-feira através de uma mensagem no Twitter que “as inundações continuam no nordeste da Flórida. Permaneçam no interior!”.
Durante a sexta-feira, o pior da tempestade passou diante de Cabo Cañaveral, onde a Nasa tem seu centro de lançamento de foguetes, e deixou “danos limitados no telhado das instalações do KSC (o Centro Espacial Kennedy)”, disse a instituição em seu site.
CORTE DE ENERGIA
Em sua passagem pela Flórida, Matthew deixou cinco mortos. Uma mulher morreu ao ser atingida pela queda de uma árvore no condado de Volusia, e no condado de Putnam outra mulher morreu em circunstâncias similares quando uma árvore caiu sobre o veículo no qual havia se refugiado da tempestade.
Outra mulher faleceu por um ataque cardíaco e um casal sucumbiu às emanações de monóxido de carbono procedentes de um gerador em sua garagem.
Os cortes de energia elétrica são uma das consequências do mau tempo que reina na região, com 11% dos consumidores da rede elétrica da Flórida afetados, ou seja, mais de 1,1 milhão de pessoas.
Em Jacksonville, muitas pessoas encontraram refúgio em hotéis e as crianças brincavam em seus salões enquanto os adultos conversavam na penumbra sobre outras tempestades que viveram.
“Os especialistas em meteorologia descreveram Matthew como uma tempestade que ocorre apenas uma vez em um século e sobre a qual nossos filhos e netos falarão por várias gerações”, comentou a prefeita desta cidade, Lenny Curry.
HAITI
O número de mortos registrado no Haiti devido à passagem do furacão Matthew subiu para 877 nesta sexta (7), de acordo com contagem oficial divulgada pela agência de notícias Reuters. A Defesa Civil do país informou que 61.500 pessoas desabrigadas devido à destruição provocada pelo furacão permanecem em abrigos temporários.
Toda a parte sul do Haiti foi arrasada por chuva forte e atingida por ventos violentos. As imagens aéreas feitas por jornalistas que puderam chegar nos últimos dois dias às cidades mais atingidas do sul mostravam casas destruídas, telhados de alumínio arrancados e árvores caídas.
As desoladoras imagens da cidade de Los Cayos lembravam as cenas deixadas pelo violento terremoto de 2010, no qual mais de 200.000 pessoas morreram.
“Vi a morte cara a cara”, disse Yolette Cazenor, uma moradora de Los Cayos (sul), a terceira cidade do país. Sua casa se dividiu ao meio quando uma árvore caiu sobre ela.
(FOLHAPRESS)