O Conselho de Desenvolvimento do Estado (CDE) aprovou nesta quarta-feira, 27, a liberação de R$ 62,35 milhões em recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para investimentos rurais e empresariais em Goiás. A reunião aconteceu na sede do Sebrae Goiás e foi presidida pelo superintendente Executivo de Indústria, Comércio e Serviços da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), César Augusto Sotkeviciene Moura. Ao todo, foram aprovadas 14 cartas-consulta, com expectativa de geração de 146 empregos diretos.
O maior financiamento liberado, no valor de R$ 39,17 milhões, será destinado à implantação da empresa Oleana Industrial do Oeste Goiano Ltda., em São Luís de Montes Belos. Dedicada à fabricação de óleo de soja bruto degomado e farelo de soja, a indústria deve gerar 94 empregos diretos e mais de 200 indiretos. Com estimativa de implantação em 12 meses, a empresa terá capacidade de produção de 600 toneladas por dia.
O projeto atende demanda do setor industrial de substituição da exportação da soja in natura pelo processamento da matéria-prima em Goiás. A expectativa é que a indústria utilize a soja plantada por produtores em um raio de 50 quilômetros da fábrica.
Foram aprovados outros dois projetos do Programa Empresarial nas cidades de Uruaçu e Anápolis, com total de R$ 43,86 milhões para projetos industriais e de comércio e serviços. Já o Programa Rural teve 11 cartas-consulta aprovadas, no valor de R$ 18,48 milhões, para produtores das cidades de Jussara, Mineiros, Caiapônia, Santa Terezinha de Goiás, Rio Verde e Campo Alegre de Goiás.
Para o gerente de Mercado Pessoa Jurídica do Banco do Brasil, Aldivino Júnior, a tendência é que os recursos destinados ao programa Empresarial superem a quantidade liberada para o Programa Rural, como aconteceu na reunião desta quarta-feira. “A princípio, Rural e Empresarial devem seguir de forma equânime, e no decorrer do ano, conforme a demanda existir, faremos os ajustes necessários. Mas a previsão de liberação do empresarial neste ano é muito maior do que foi no ano passado”, explicou o gerente, que cita o cenário econômico mais favorável a indústria, comércio e serviços como um dos responsáveis pelo aumento da procura.
Durante a reunião, a Goiás Turismo também apresentou um estudo sobre a importância do setor, responsável por 4% dos empregos formais do Estado, para a economia goiana. Em 2018, cerca de R$ 7 milhões dos recursos do FCO foram destinados a empreendimentos do setor de Turismo. De acordo com a diretora de Desenvolvimento, Pesquisas Turísticas e Eventos, Valquíria Faria, a meta para este ano é aumentar o volume e auxiliar mais empresários a conhecer a linha de financiamento. “Trata-se de abrir os olhos para o turismo, que é muito importante para a economia e gera empregos”, completou César Augusto.
Esta foi a segunda reunião do CDE em fevereiro, conforme mudança no calendário anual do Conselho, que prevê duas reuniões mensais para agilizar a análise de propostas, contratação e liberação de recursos. Em 2019, Goiás contará com 33% (R$ 3,1 bilhões) dos R$ 9,4 bilhões do FCO, que também atende os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.
Após a aprovação das cartas-consulta realizada pelo Conselho, o próximo passo é a análise de documentos feita pelo banco responsável pelo financiamento, que na grande maioria das vezes é o Banco do Brasil. Os interessados em pleitear financiamento do FCO devem procurar um dos agentes financeiros no Estado: Banco do Brasil, Agência de Fomento de Goiás, Sicoob e Sicredi.