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Funaro diz que era avalista das propinas

Em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República), o operador financeiro Lúcio Funaro afirmou que atuava como uma espécie de avalista dos pagamentos de propina por empresários a políticos do PMDB.

Caso algum beneficiário do esquema de corrupção desse um calote, era ele quem tinha que arcar com o prejuízo.

“Eu tinha responsabilidade em caso de tomar cano do empresário no pagamento de propina, que nem aconteceu atraso de pagamentos, empresário que não queria pagar… Eu era obrigado a pagar do meu bolso”, disse Funaro, que está preso em Brasília.

A Folha de S.Paulo teve acesso à gravação em vídeo do depoimento prestado por Funaro à PGR no dia 23 de agosto deste ano. No depoimento em que trata do pagamento de propina envolvendo o FI-FGTS, Funaro afirma que poderia até não bancar o prejuízo de calotes, mas não queria perder sua “credibilidade” com políticos.

“Acredito que 100% da credibilidade que eu tinha era por duas coisas: primeiro que eu sempre honrava tudo que eu combinava com eles e, segundo, que eu nunca tinha problema de adiantar valores quando tinha necessidade. Ou seja, usar meu caixa próprio ou usar meu crédito com terceiros para repassar para alguém que precisava. Isso dava muita força para mim.”

No depoimento, Funaro destaca sua influência com os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, com ciência do então vice-presidente Michel Temer.

Funaro diz que foi ele quem “capitaneou” a indicação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica.

“Entreguei o currículo dele pro Cunha e o Cunha encaminhou para o Henrique Eduardo Alves. […] O Michel Temer, como membro do PMDB, avalizava o pedido”, afirma.

No mesmo depoimento, Lúcio Funaro diz ter “certeza” de que parte da propina oriunda de esquemas de corrupção de Eduardo Cunha era destinada a Michel Temer. Ele relata que Temer nunca pegou ele mesmo o dinheiro por “receio de se expor”, mas que “tinha conhecimento dos fatos”.
outro lado

O Planalto informou que Temer “não fazia parte da bancada de ninguém”, referindo-se ao grupo de Cunha. O governo informou ainda que “toda e qualquer afirmação nesse sentido é falsa”.

A defesa do presidente chamou a divulgação dos vídeos dos depoimentos de “criminosa” e disse que o propósito seria causar estardalhaço para constranger deputados que, na próxima semana, votarão parecer sobre a denúncia contra Temer.

Henrique Eduardo Alves nega recebimento de vantagens indevidas. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Fábio Cleto. (Folhapress)

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Thais Dutra

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