Em entrevista concedida ao Estadão, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou que não irá se afastar do cargo. Ele ainda se referiu aos vazamentos publicados no site The Intecept envolvendo ele e o procurador da República que atua na força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol como “crime em andamento”, promovido por uma organização criminosa. Ressaltou que está em paz. “Fui vítima de um ataque criminoso de hackers”.

Quando questionado se houve algum tipo de conluio que pudesse contaminar a Lava-Jato, o ministro negou. “Não tem nada, nunca houve esse tipo de conluio. Muitas diligências requeridas pelo Ministério Público foram indeferidas, várias prisões preventivas […] Agora, a dinâmica de um caso dessa dimensão [se referindo à Lava Jato] leva a esse debate mais dinâmico, que às vezes pode envolver essa troca de conversas pessoais ou por aplicativos. Mas é só uma forma de acelerar o que vai ser decidido no processo.

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Moro disse que tirando o sensacionalismo de lado que algumas “pessoas interessadas estão fazendo”, não existe nenhum problema no caso do triplex de Lula, negando algum tipo de risco no processo.

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Quando questionado se reconhece ou se lembra de ter dito a frase “In Fux We Trust”, Moro apela para o tempo distante ao responder. “Veja, são fatos que aconteceram dois, três anos atrás. “Não tenho memória de tudo. Vejo algumas coisas que podem ter sido coisas que eu tenha dito”, no entanto, também ressalta que podem ter sido colocadas num outro contexto. “Agora podem ter inserções maliciosas”, explicou.

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Se pensou em se afastar do cargo? O ministro disse que não. “Não, eu me afastaria se houvesse uma situação que levasse à conclusão de que tenha havido um comportamento impróprio da minha parte”, ressaltando inclusive que está recebendo total apoio do presidente, de autoridades e também da sociedade. “Nós temos recebido muitas manifestações de apoio, de populares, de autoridades”.

Por fim, ao ressaltou o sensacionalismo que estão fazendo em torno do assunto. “Existe um sensacionalismo que tenta manipular a opinião publica. Pessoas que se servem de meios criminosos para obter essas informações e nos atacar e a outras pessoas e que não veem um problema ético em utilizar esse tipo de informação e fazer sensacionalismo”. E questionou o porque ainda não apresentaram todo o material que os editores do The Intercept afirmam ter em mãos: “Por que não apresenta desde logo tudo? Se tem irregularidade mesmo, tão graves, apresenta tudo para uma autoridade independente que vai verificar a integridade do material”.

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