Com mais de dez anos de casa, Fábio é um dos jogadores mais experientes do Cruzeiro. Em ótima fase, o goleiro é uma das esperanças do torcedor para manter o bom desempenho defensivo e sair de campo com o título da Copa do Brasil na próxima quarta-feira (27), contra o Flamengo.
O torneio já foi vencido pelo camisa 1, mas, na edição de 2000, ao vencer o São Paulo, André Döring era o nome celeste abaixo das traves, enquanto Fábio acompanhou a trajetória vitoriosa do banco. Hoje, Fábio conta também com duas taças do Campeonato Brasileiro, além de outros cinco estaduais pelo clube.
O longo caminho percorrido até aqui, no entanto, o deixou cada vez mais experiente e atento aos possíveis tropeços na carreira. E um deles é a Taça Libertadores de 2009, competição na qual o Cruzeiro ficou com o vice e hoje serve de lição para não ser repetida dentro de casa.
“É difícil quando você sai derrotado, principalmente dentro de casa. Você tem que tirar lições como profissional. No lado emocional com certeza, todo mundo queria aquele título. A gente chegou muito bem, mas tanto no jogo lá na Argentina quanto aqui não conseguimos jogar o que vínhamos jogando”, comentou o goleiro, se referindo à final contra o Estudiantes.
Naquela ocasião, o Cruzeiro liderou o grupo 5 e eliminou nada menos que Universidad de Chile, São Paulo e Grêmio durante a fase de mata-mata. Na decisão, o empate sem gols na Argentina foi considerado uma vitória e deixou o caminho aberto para o tri do continente.
Contudo, na partida da volta, em pleno Mineirão, Fábio amargou a derrota de virada por 2 a 1 para os Estudiantes e ficou só com o vice. Por isso, todo cuidado é pouco para que a frustração de nove anos atrás não se repita agora contra o Flamengo.
“A gente poderia ter saído de lá com uma desvantagem grande. Conseguimos ainda trazer um resultado que às vezes não tenha sido tão benéfico para a gente.
Acho que se a gente tivesse saído derrotado de lá, teríamos mais foco, mais concentração de reverter o resultado. Você já entra pressionado, com uma cabeça diferente. Infelizmente o resultado positivo que nós trouxemos de lá acobertou muitas coisas e nos prejudicou dentro da própria partida no Mineirão, onde não conseguimos jogar mesmo fazendo um gol antes que o Estudiantes. Não fizemos um bom jogo. Nesses dois jogos, o Estudiantes foi melhor e saiu merecedor do título mesmo jogando fora de casa. Eles tiveram aplicação tática e competência técnica para fazer o resultado”, acrescentou.
Como o gol fora de casa não é critério de desempate na final, qualquer igualdade levará a decisão para os pênaltis. Por isso, o Cruzeiro precisará de uma vitória simples diante do Flamengo se quiser sair campeão pela quinta vez. Para que isso aconteça, Fábio pede que a equipe repita a estratégia do primeiro jogo e finalize mais à meta adversária, que desta vez será protegida por Muralha.
“Dentro do jogo você tem que fazer o que é necessário para vencer. Para fazer o gol, tem que arriscar algumas jogadas. Não é nem pressionar o goleiro, mas acho que você tem que colocar em prática o que é necessário para conseguir a vitória. Finalizar mais, isso gera uma proximidade de conseguir o gol, conseguir o êxito.
Tem que ser dessa forma jogando em casa. Com equilíbrio, sem ansiedade, fazer a melhor jogada para o grupo, ter tranquilidade para resolver, em campo, da melhor forma possível. Ter o equilíbrio para que a gente possa sempre escolher a melhor jogada. Aí, sim, a gente vai estar mais próximo de uma equipe consistente e da vitória.”