Convite formalizado, filiação agendada. Pronto. José Batista Júnior é praticamente um membro do PMDB. Agora, falta ser peemedebista. Melhor: falta ser o peemedebista.
A próxima batalha é pela conquista de espaço, capitalização do apoio e construção da imagem pública. Talvez seja a primeira batalha, de fato, dentro do processo de guerrilha pelo governo do Estado.
Até porque, entrar no PMDB não é tão difícil assim. Nas vésperas de uma importante disputa, todo quadro é bem-vindo. Momento de quantidade. Pra fazer diferente, tem que mostrar qualidade. E Júnior do Friboi sabe disso.
O empresário não foi para o partido de Iris Rezende em vão. Não foi escolha ideológica e muito menos aleatória. Foi uma migração profissional. O pré-candidato realizou pesquisas quantitativas e qualitativas em Goiás.
Atualmente, está, no mínimo, ciente de sua pequenez política. Sabe que, apesar do grande potencial financeiro, precisa de um ‘empurrão’ na vida pública. É preciso se fazer político. Tem que ter votos.
Algum cabo eleitoral melhor que Iris?
Nem Marconi Perillo (PSDB). O governador sempre foi bom para se auto eleger. Só. Vide Anápolis, Goiânia, Aparecida…
Em um partido pequeno, os voos do empresário seriam como voos de pato. Continuaria sendo o financiador de campanhas dos outros. Nos bastidores. E como dono de um dos maiores frigoríficos do mundo, não precisa de mais influência indireta. Precisa?
Agora ele quer mandar. E pra mandar, no PMDB, vai ter que aprender a ser mandado. Soldado do partido. Tem que mudar o discurso de empresário – soberbo e autoritário –, abaixar a cabeça e sair pregando a humildade.
“Vim para colaborar. Seguir as orientações do partido e fazer de tudo para contribuir com musculatura na oposição.”
É por aí… Um tanto quanto forçado, às vezes sai do contexto, mas… Vai. Agora vai. Só assim pode ir.
O que o empresário não consegue esconder é a ansiedade. Buscou recursos em todas as esferas. Financiou campanhas municipais, procurou o presidente nacional do partido e, finalmente, ‘pediu bênção’ a Iris Rezende.
Ainda afobado, o pessebista marcou reunião para formalização sem a presença do casal Iris. Não conseguiu esperar. Agendou a data para filiação e está com a festa organizada.
Compreensível. O poder da canetada dá sede e provoca alterações psicoemocionais.
Parafraseando Fernando Pessoa:
“Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder. E há quem nunca há de poder, porque se perde em querer.”
E mais:
“A renúncia é libertação. Não querer (já) é poder.”