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Goiânia
| Em 1 mês atrás

Fred fraudou declaração para conseguir cargo que exige ensino superior completo

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A revelação de que o candidato Fred Rodrigues (PL) não tem curso superior, como declarou à Justiça Eleitoral, se desdobrou em outra revelação grave: a confirmação de que o candidato ocupou cargo reservado a profissional com curso superior na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), quando ele não possuía. O bolsonarista pode responder criminalmente por mentir à Justiça Eleitoral e ainda por ter ocupado cargo para o qual não estava legalmente apto.

A ficha funcional de Fred foi divulgada nesta quarta-feira, um dia após o Diário de Goiás ter publicado em primeira mão, na noite de terça (22), que a Pontifícia Universidade Católica (PUC) revelou que ele nunca concluiu o curso de direito como dizia antes e durante a campanha. O candidato tinha se transferido para a PUC, mas não colou grau e não teve o diploma expedido, informou a universidade.

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Na madrugada de terça, Fred chegou a gravar um vídeo em que ironizava e minimizava a situação, indicando que tinha havido um erro no preenchimento de sua documentação na Justiça Eleitoral. É o mesmo argumento que o candidato usou para justificar que seu estado civil tinha sido registrado erroneamente como sendo solteiro, quando fazia campanha eleitoral se colocando como casado.

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Entretanto, no caso do curso superior, na ficha na Alego, assinada por Fred (confira abaixo), além de constar solteiro no estado civil também nela, ele declarou o seguinte na escolaridade: Curso Superior Completo, com formação em Direito, pela PUC, em 2010. Mas o candidato tinha sido nomeado para o cargo comissionado de diretor de Promoção de Mídias Sociais, com salário mensal bruto de R$ 21.379, e o cargo é reservado a portador de diploma de curso superior.

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Ficha assinada por Fred Rodrigues para assumir cargo é clara sobre veracidade das informações

Na ficha assinada dia 1º de janeiro de 2024, pouco tempo depois de Fred ter tido o mandato de deputado estadual cassado, acima da linha para assinatura, constam várias obrigações legais. Uma delas diz: “Atesto que todas as informações que forneci para o preenchimento da ficha cadastral são verdadeiras”.

No item 3 das observações da ficha, é exigida a apresentação de cópias de uma lista de documentos obrigatórios. Não consta, entretanto, a informação de que o diploma seja um deles, embora isto ocorra comumente para a nomeação em cargos desse porte, onde se faz exigido o curso superior para a investidura. Dessa forma, a dúvida agora é se foi apresentado algum diploma e a legitimidade ele.

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Diante da repercussão, o presidente da Alego, deputado Bruno Peixoto (UB), declarou nesta quarta que encaminhou o caso para a Procuradoria-Geral da Alego “para apuração e providências”. A informação foi divulgada pelo jornal O Popular nesta tarde.

O DG buscou detalhes sobre a posição de Bruno, que foi quem indicou Fred para o cargo de diretor, e também a respeito de como será esta a apuração, e se há cópia de diploma no dossiê funcional, mas a assessoria de Imprensa da Alego ainda não respondeu.

Juiz aceita alteração de escolaridade apresentada por Fred

No caso da Justiça Eleitoral, a assessoria jurídica de Fred se apressou nesta quarta e apresentou pedido de alteração da escolaridade do candidato. O juiz Fernando César Rodrigues Salgado, da 136ª zona eleitoral de Goiânia, deferiu o pedido baseado no cumprimento do artigo 27, inciso IV da Resolução TSE nº. 23.609/19, que trata da “prova de alfabetização” dos candidatos registrados. Desta forma, o liberal substituiu provavelmente a informação e declarou Superior Incompleto.

Já sobre a declaração falsa de que ele possuía formação completa em Direito para assumir o cargo de diretor da Alego, a assessoria do bolsonarista ainda não comentou.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.