Categorias: Política

Francisco Júnior critica falta de ideias de Iris para Prefeitura de Goiânia

O deputado estadual e pré-candidato à Prefeitura de Goiânia pelo PSD, Francisco Júnior, criticou, em entrevista à Rádio Vinha FM, a falta de ideias do ex-governador Iris Rezende (PMDB), que poderá disputar as eleições deste ano.

“Eu preciso conhecer as ideias que ele [Iris] traz agora, porque ele ainda não se manifestou sobre as ideias. Até agora a gente sabe só as suas questões pessoais, capacidade de realização, o que é muito positivo. Agora, e as ideias? O que ele vai propor como solução para Goiânia? Eu quero discutir as ideias”, disse.

O pré-candidato ainda comentou sobre a questão de as pessoas importarem mais com as pessoas do que os próprios partidos políticos ou propostas de governo. “Considero essa forma de fazer política no Brasil um dos grandes atrasos. As pessoas são maiores que os partidos, são maiores que as ideias, aí depois nós temos situações como as de hoje, onde as pessoas elegem, se arrependem porque, na verdade, não houve compromisso com o que a pessoa dispunha a realizar”.

Leia parte da entrevista:

Altair Tavares: O senhor foi secretário de Iris quando foi do PMDB. De certa forma, o que conhece dele, seria um trunfo para esta eleição?

Francisco Júnior: Eu não sei, até porque eu procuro focar meu trabalho todo nas ideias e não nas pessoas. O ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende tem uma experiência de vida muito interessante, tem uma ficha de serviço prestado para o Estado muito grande. Ter trabalhado com ele foi positivo. Agora, eu preciso conhecer as ideias que ele traz agora, porque ele ainda não se manifestou sobre as ideias. Até agora a gente sabe só as suas questões pessoais, capacidade de realização, o que é muito positivo. Agora, e as ideias? O que ele vai propor como solução para Goiânia? Então, eu quero discutir as ideias. Dependendo das ideias que ele trouxer, a gente vai poder conversar. E eu considero essa forma de fazer política no Brasil um dos grandes atrasos políticos nossos. As pessoas são maiores que os partidos, as pessoas são maiores que as ideias e aí depois nós temos situações como temos hoje, onde as pessoas elegem, se arrependem porque, na verdade, não houve compromisso com o que a pessoa se dispunha a realizar, havia compromisso com o líder político. Aí nós temos isso desde nível nacional, em todas as esferas. Talvez a população brasileira é que esteja neste momento fazendo uma profunda reflexão, sobre essa situação toda e podemos estar iniciando uma nova fase na política brasileira que vai trazer no futuro as reformas necessárias.

Samuel Straioto: O que o senhor pensa sobre planejamento para Goiânia?

Francisco Júnior: É uma pergunta ampla, mas a primeira coisa é que precisamos acabar no Brasil com aquela gestão improvisada e tirar soluções para problemas antigos do bolso do colete, e ser eleito sem saber o que tem que fazer. Então, nós precisamos iniciar uma fase de traçar as diretrizes da gestão da cidade e deixar combinado com a população. Nós não podemos enfrentar mais, por exemplo, falar algo concreto que aconteceu: está previsto no planejamento da cidade a implantação dos eixos de desenvolvimento, de transportes e também as ciclovias. Acho que há dois anos iniciou uma ciclovia, uma ciclofaixa, na T-63, que de repente a obra tinha que ser parada porque não tinha projeto de construção. A ciclofaixa chegou diante de uma palmeira, não sabia se tirava a palmeira ou não, e aí veio à tona que não tinha projeto. E surgiu outra polêmica, não tinha discutido com a população local, com aqueles comerciantes. Então, quando falo em planejamento, eu falo em ter o que fazer, a população estar preparada para o que vai acontecer, para não acontecer mais em Goiânia como toda vez que vai construir um viaduto em Goiânia quebra metade dos comerciantes da região, porque não houve nenhum tipo de diálogo, preparação, organização. Então, você tem que ter plano para o que vai acontecer na cidade e que a população participe, se prepare, consiga se organizar para isso. Planejamento é mais do que simplesmente saber o que tem que se fazer. Além disso, é combinar como se vai fazer. Isso que eu chamo de planejamento e que Goiânia está completamente sem essas ferramentas, não existe esse diálogo. Uma coisa que aparentemente é normal, que é uma revisão da Planta de Valores da cidade, a cidade cresceu, se desenvolveu, há dez anos não se consegue fazer essa situação e ela sempre vem de supetão, de repente cai na Câmara e os vereadores não conhecem, a sociedade organizada, a Acieg, a CDL, aqueles que representam o comércio local também não conhece e aí vira um problema terrível, que se impede que mesmo aquilo que era necessário e importante, não tem ambiente político para acontecer mais. Então, planejamento é respeito à população onde você tem um norte e vai combinando passo a passo com a sociedade.

Samuel Straioto: Ouvinte pergunta qual o planejamento para criar mais vagas de emprego em Goiânia?

Altair Tavares: A Prefeitura dá conta de criar mais vagas de emprego?

Francisco Júnior: Tem que dar, ainda mais a capital do Estado. A primeira coisa é definir as vocações da cidade. Eu sou somar essa resposta a outra, sobre a questão da organização da gestão na cidade. Sempre me perguntam se sou a favor das chamadas sub-prefeituras ou administrações regionais. Eu digo que Goiânia já é realizada. O problema é que a educação é regionalizada, a saúde, o transporte, mas não tem as mesmas regiões. Então, a primeira coisa: nós temos que regionalizar a cidade a partir de dois princípios, a prestação de serviço, que é o que acabei de falar, temos que ter a mesma região educacional, de prestação de serviço de limpeza, de coleta de lixo, de saúde, dentro de uma mesma organização espacial, que seria um tipo de regionalização; e a outra é pensando no desenvolvimento da cidade, que não existe um plano para Goiânia que trabalhe esse fomento de geração de emprego. Isso se dá na medida em que a gente enxerga Goiânia como Região Metropolitana. Então, por exemplo, eu tenho que fazer um planejamento da cidade, uma regionalização da cidade, respeitando a área conurbada. O que é isso? Aquelas margens da cidade que viram a terra do ‘nem’, onde um joga a culpa no outro. Você tem ali toda aquela região na divisa com Trindade,      que Trindade joga o problema para Goiânia e Goiânia joga o problema para Trindade. Aparecida joga o problema para Goiânia e Goiânia para Aparecida. Goianira a mesma coisa. Então, todos esses municípios que fazem parte da Região Metropolitana, e Goiânia que tem que coordenar isso porque é a maior geradora de problemas e tem que ser a maior geradora de soluções. Então, nós temos que gerar um planejamento comum, onde eu possa aproveitar aquelas pessoas que estão se instalando naquela região e criar projetos de geração de emprego e renda ao mesmo tempo em que eu tenho que dar assistência para essas famílias na área de educação, saúde e assistência básica que a Prefeitura tem que dar. Isso tem que ser no diálogo com os outros municípios que compõem a Região Metropolitana, principalmente aqueles que fazem divisa com Goiânia. E aí, a partir da vocação. Por exemplo, é inadmissível que você tenha em Trindade um polo de vestuário e isso não interfira e influencia em nada na área de Goiânia. Então, nós temos que ter também um projeto de Goiânia, que tenha parceria, que tenha financiamento. Goiânia tem capacidade de buscar isso. Nós não podemos falar de um polo calçadista em Goianira e não ter reflexo nenhum em Goiânia. Não, tem que existir. Nós temos toda uma quantidade de pessoas envolvidas com facção, por exemplo, na Região Noroeste sem nenhuma participação direta da Prefeitura; precisa existir. Goiânia se tornou a cidade das feiras, nós temos feiras mais populares e as grandes feiras, como Feira Hippie, Feira da Lua, do Sol, onde você tem lá uma produção muito interessante. Vamos pegar a Feira Hippie como exemplo, e você tem gente do Brasil inteiro e de fora do Brasil que vem consumir aquele produto. Qual a política específica para fomentar aquilo? Porque veja bem, se Goiânia concorda com a feira, então a feira tem que ser desenvolvida. Se Goiânia não concorda com a feira, ela tem que deixar de existir. O que não pode é continuar sem ter nenhuma participação objetiva da Prefeitura de Goiânia numa situação dessa. Isso para dar alguns exemplos, mas nós temos que atuar em diversas áreas, entender a vocação de cada região, essa vocação da região é profundamente influenciada pelo município vizinho, então tem que ter um programa conjunto, de parceria, de captação de recurso, de investimento, de qualificação de mão de obra específico para essa região, inclusive com o governo do Estado e isso não é nada impossível. Existem vários programas só que não existe esse acordo.

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Thais Dutra

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