As Forças Armadas apreenderam mais de 2.000 armas brancas, 271 celulares e outros itens ilícitos durante operações de vistoria em dez presídios de cinco Estados brasileiros desde o dia 17 de janeiro.
A operação, batizada de Varredura, foi realizada até a última sexta (3) nos Estados que haviam solicitado ao Ministério da Defesa apoio dos militares: Amazonas, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul.
Além das armas e celulares, os militares encontraram ainda 160 acessórios e 29 baterias para celular, 18 tabletes de entorpecentes, 45 trouxinhas de drogas, 6 recipientes com bebidas alcoólicas, 185 substâncias suspeitas e itens de posse proibida, como dinheiro e eletrodomésticos (3.038).
“Trata-se de uma ação complementar a atuação dos órgãos de segurança pública neste momento de tensão”, afirmou Raul Jungmann (Defesa).
Com apoio de órgãos de segurança dos governos estaduais, o ministério afirmou que os militares só vistoriam áreas previamente isoladas pela Polícia Militar ou agentes penitenciários e não fazem nenhum tipo de contato direto com os detentos.
Dos dez presídios vistoriados pelas Forças Armadas, três deles foram palcos de massacres em decorrência de briga entre facções criminosas no início do ano.
São eles: o Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), no Amazonas, quando ao menos 59 presidiários morreram durante rebelião; na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (zona rural de Roraima), em que ao menos 33 pessoas morreram cinco dias depois da matança no Amazonas; e na Penitenciária de Alcaçuz (Natal), quando ao menos 26 detentos morreram durante a rebelião no dia 14 de janeiro.
Os militares também vistoriaram a Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa (AM), onde ao menos quatro pessoas morreram no dia 8 de janeiro. Quatro unidades prisionais foram vistoriadas no Rio Grande do Norte: penitenciárias de Parnamirim e Agrícola de Mossoró, e as cadeias públicas de Mossoró e de Natal. Os militares também atuaram no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho (MS) e na Casa de Detenção José Mário Alves da Silva/Urso Branco (RO).
“O prazo de duração da Operação Varredura é de um ano, mas é importante que as autoridades locais possam dar seguimento a ações desta natureza, tornando as vistorias como algo permanente, incluindo a implementação de medidas preventivas contra o ingresso de material ilícito nos estabelecimentos prisionais.”
Segundo o Ministério da Defesa, cerca de 4.000 homens da Marinha e do Exército participaram das dez primeiras operações. O apoio das Forças Armadas nas inspeções em presídios ocorre por meio de ação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), regulamentada pelo presidente Michel Temer no dia 17 de janeiro. (Folhapress)