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Brasil
| Em 1 ano atrás

Fontes contendo Césio 137 são furtadas de mineradora em cidade de Minas Gerais

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Duas fontes seladas contendo Césio 137, mesmo material radioativo que ocasionou um acidente em Goiânia, em 1987, desapareceram de uma mineradora na cidade de Nazareno, em Minas Gerais. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) investigam o possível furto dos equipamentos, que sumiram na última quinta-feira (29).

De acordo com a CNEN, o órgão foi acionado pela mineradora AGM depois que funcionários deram falta dos equipamentos e, então, iniciou a investigação na sexta-feira (30). Conforme relatos da própria empresa, as fontes com Césio são duplamente encapsuladas com aço inoxidável e blindadas com aço inox, resistentes a impactos. No entanto, apesar de ser classificado como “baixo risco”, o manuseio inadequado dos materiais pode ser perigoso.

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Riscos do Césio 137

A CNEN explicou que as fontes desaparecidas possuem atividade 300 mil vezes menor do que as que desencadearam o acidente radioativo em Goiânia. Além disso, mesmo se violadas, por serem envolvidas por aço inox, não seriam espalháveis como no acidente que aconteceu na capital, em 1987.

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Apesar do risco menor, a Comissão destacou que é importante recuperá-las. “Essas fontes são classificadas como não perigosas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Por isso, não são esperados efeitos severos à saúde pelo contato com as mesmas. No entanto, é importante continuar as buscas para recuperá-las de tal forma a prevenir exposições desnecessárias”, explicou o órgão.

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O Césio 137 é um isótopo radioativo que provoca efeitos nocivos imediatos quando em contato com o corpo humano. A curto prazo, causa náuseas, vômito, diarréia, tontura e lesões tipo queimaduras na pele. A longo prazo, provoca diversos tipos de câncer.

Relembre o caso

Em Goiânia, o acidente aconteceu em setembro de 1987, quando um aparelho de radioterapia abandonado, onde funcionava o antigo Instituto Goiano de Radioterapia, foi encontrado e levado para um ferro-velho. O material, que continha Césio 137, foi violado, fragmentado e manipulado de diversas formas.

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Por ter forma de pó azul brilhante, o composto radioativo chamou atenção dos que tiveram contato com os materiais do aparelho. Devido a isso, foi manipulado por diversas pessoas contaminando todos os ambientes por onde passaram. Um dos maiores acidentes radioativos da história envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas causando danos até os dias atuais.

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Luana Cardoso

Atualmente atua como repórter de cidades, política e cultura. Editora da coluna Crônicas do Diário. Jornalista formada pela FIC/UFG, Bióloga graduada pelo ICB/UFG, escritora, cronista e curiosa. Estagiou no Diário de Goiás de 2022 a 2024.

Tags: Césio 137