O FMI (Fundo Monetário Internacional) melhorou a previsão de crescimento do Brasil para 2018, confirmando a tendência de alta que vinha anunciando em suas revisões anteriores.
Segundo as novas estimativas, o PIB brasileiro deve avançar 2,3% no ano. A previsão em janeiro era a de que cresceria 1,9% em 2018. Em outubro, essa estimativa era de 1,5%.
“Após uma recessão profunda em 2015 e 2016, a economia brasileira voltou a crescer em 2017 (…), sustentada por um consumo privado e um investimento mais fortes”, diz o órgão em seu relatório divulgado nesta terça-feira (17).
“Nós vimos uma ampla recuperação dos investimentos, em especial; o ritmo de crescimento foi maior do que esperávamos”, declarou nesta terça-feira (17) o economista Maurice Obstfeld, diretor do departamento de pesquisas do FMI.
Segundo ele, ajudaram a impulsionar a expectativa de crescimento do Brasil o baixo nível de inflação no ano passado, a queda das taxas de juros e as boas condições financeiras globais.
“Após uma recessão profunda em 2015 e 2016, a economia brasileira voltou a crescer em 2017 (…), sustentada por um consumo privado e um investimento mais fortes”, diz o órgão no relatório divulgado nesta terça.
O FMI também elevou as expectativas para o Brasil em 2019. Calcula agora que o país deverá crescer 2,5% no ano que vem, uma alta de 0,4 ponto percentual na comparação com a estimativa feita em janeiro.
Apesar dos reajustes positivos, o Brasil ainda está mal posicionado em relação aos países emergentes, que devem crescer 4,9% em 2018, ou seja, com 2,3% de alta neste ano, a economia brasileira não alcança nem a metade da taxa de crescimento esperada de seus pares emergentes.
Quando se concentra a análise entre os crescimentos registrados pelos países latino-americanos, o Brasil também fica na lanterna, à frente apenas da Argentina, que deve crescer 2% neste ano, segundo as estimativas do órgão.
O relatório do FMI ainda alerta para as incertezas políticas que podem comprometer o desempenho de alguns países no médio prazo -entre eles o Brasil- citando os riscos à implementação de reformas ou pela a possibilidade de reorientação das agendas políticas nos contextos eleitorais.
O órgão já havia manifestado preocupação de que as urnas deverão pesar no desempenho brasileiro. E voltou a defender a necessidade de ajustes, como a reforma da Previdência, como uma das prioridades para garantir sustentabilidade fiscal no longo prazo.
O relatório também ressaltou o relativo controle inflacionário hoje presente em diversos países emergentes na comparação com as médias históricas.
“Melhoras na política monetária parecem ter reduzido as expectativas de inflação, inclusive no Brasil e na Índia. Tais avanços abriram espaço para que o crescimento se concretizasse”, indica o texto.
O FMI manteve em 3,9% sua expectativa para o crescimento global e elevou de 2,7% para 2,9% a previsão para o crescimento do PIB americano. (Folhapress)