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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Flexibilização no pré-sal vai atrair mais investimentos, diz IBP

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A flexibilização das regras para permitir a atuação de mais petrolíferas na camada pré-sal vai atrair novos investimentos para o setor, afirmou nesta terça (11) o secretário-executivo do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Antonio Guimarães. De acordo com as estimativas do instituto, apenas em áreas já descobertas no pré-sal, e que ultrapassam os limites dos blocos já concedidos, os investimentos podem ultrapassar R$ 100 bilhões. 

O IBP foi uma das principais vozes em defesa da flexibilização, aprovada semana passada no Congresso. A medida, contudo, é contestada pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), que reúne trabalhadores do setor, e por especialistas.

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Durante entrevista coletiva para detalhar a Rio Oil & Gas, uma das maiores feiras da área, organizada pelo IBP e agendada para o fim de outubro, no Rio, Guimarães disse que, no atual cenário econômico mundial, a Petrobras, não tinha condições de ser a operadora única na exploração do pré-sal. Segundo ele, com a flexibilização outras empresas serão estimuladas a participar do processo, acelerando a produção e gerando empregos, renda e impostos para o país.

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“[Com] só uma empresa [a Petrobras] para desenvolver o pré-sal, a velocidade de desenvolvimento estava limitada à velocidade que a mesma poderia imprimir. Quando permitimos que outras empresas possam fazê-lo, a gente multiplica essa velocidade”, explicou Guimarães.

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A chegada de recursos com a abertura do mercado, entretanto, não será imediata e algumas operações no pré-sal ainda podem ficar para a próxima década, ponderou o IBP. “O investimento em petróleo não é de curto prazo, estamos falando de quatro, cinco anos. Isso significa que vamos ver fornecedores, empregos e investimentos chegando paulatinamente”, explicou Guimarães.

O secretário executivo do IBP também disse que o conteúdo local será preservado pelas novas operadoras que surgirem, por já existir essa obrigação legal e por ser mais eficiente e mais barato. Ele defendeu, contudo, que o governo avalie, no futuro, uma revisão desse modelo. “Da maneira como é hoje, mesmo a Petrobras vem sofrendo com as dificuldades de cumprir essas obrigações, as regras precisam ser mais realistas”, defendeu.

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Apesar da oscilação dos preços do barril de petróleo no mercado internacional nos últimos anos entre U$ 30 e U$ 100, a expectativa é que o preço se estabilize entre U$ 40 e U$ 60, valor ainda atrativo para o setor, afirmou Guimarães. Para o IBP, ainda é preciso tornar a atividade petrolífera no Brasil mais atraente, do ponto de vista do marco regulatório.

FEIRA

Com o tema “Caminhos para uma indústria de petróleo competitiva”, a Rio Oil & Gas tem a expectativa de reunir cerca de 3 mil participantes e 140 palestrantes durante quatro dias no final desse mês. O encontro, realizado a cada dois anos, voltou a atrair a atenção do mercado ­e expositores­ depois que o governo brasileiro aprovou a flexibilização na camada pré-sal.

Entre os temas de destaque da feira estão a 14ª Rodada de Licitação de Petróleo e Gás e a regulamentação das regras de unitização (quando as reservas avançam os limites geográficos do bloco.

“Temos um novo governo e novas orientações para tentar devolver a competitividade que o setor perdeu”, avaliou o presidente do Comitê de Exposição da Rio Oil & Gas, João Carlos de Luca. “Talvez, essa [feira] seja um desaguadouro de uma série de boas notícias para o setor”, apostou.

FLEXIBILIZAÇÃO

A FUP, por sua vez, afirma que a flexibilização das regras para exploração do pré-sal acarretará uma perda de 82 bilhões de barris de petróleo que estariam reservados para a estatal. Na avaliação da FUP, a medida coloca em risco a soberania do país e significa “o desmonte da política de conteúdo local, que tirou das cinzas a indústria naval [brasileira] e fomentou a cadeia produtiva”.

“Desde a quebra do monopólio da Petrobras, nenhuma das petrolíferas privadas que passaram a operar no Brasil encomendaram navios, plataformas ou equipamentos à indústria nacional ao longo destas duas décadas de abertura do setor”, diz a federação, em nota no seu site.

Com informações da Agência Brasil

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