Estudo anual da consultoria britânica Brand Finance apontou o Flamengo como o único clube fora da Europa entre as 50 marcas mais valiosas do futebol em 2021/2022. Avaliado em 96 milhões de euros (cerca de R$ 493 milhões), o clube aparece na 49ª posição. O líder do ranking é o Real Madrid, da Espanha, com um valor estimado em 1,5 bilhão de euros (R$ 7,7 bilhões). É a quarta vez consecutiva que o time merengue lidera a lista.
Entre os clubes brasileiros, o Palmeiras aparece em segundo, com marca estimada em 52 milhões de euros (R$ 267 milhões). Completam o Top 5 o Grêmio (R$ 232 milhões), São Paulo (R$ 186 milhões) e o Corinthians (R$ 147 milhões). “O Real Madrid é agora claramente a marca dominante no negócio global do futebol. Por quatro anos, eles têm sido a marca mais valiosa graças em grande parte ao seu sucesso comercial fora do campo”, diz trecho do estudo.
Chama atenção que entre os dez primeiros colocados, seis são do futebol inglês: Manchester City (2º, com 1,3 bilhão de euros/R$ 6,6 bilhões), Liverpool (4º, com 1,3 bilhão de euros/R$ 6,6 bilhões), Manchester United (5º, com 1,3 bilhão de euros/R$ 6,6 bilhões), Tottenham (8º, com 873 milhões de euros/R$ 4,4 bilhões), Chelsea (9º com 855 milhões de euros/R$ 4,3 bilhões) e Arsenal (10º, com 793 milhões de euros/R$ 4 bilhões).
“Sabemos que é preciso profissionalizar e tratar as marcas dos clubes de futebol como um ativo estratégico. Cada vez mais equipes de futebol têm se mostrado mais próximas das empresas”, afirma Eduardo Chaves, diretor da Brand Finance no Brasil.
Jorge Braga, CEO do Botafogo, entende que para qualquer método de avaliação de ativos, existem várias formas de serem feitas. “Por isso eu acho que a discussão principal é se olha para o passado ou para o futuro. E temos que começar a falar de futuro. A minha provocação é: talvez hoje existam clubes melhores posicionados em que a conta não reflete o potencial da marca”, explica.
Para Renê Salviano, CEO da agência de marketing esportivo Heatmap e com vasta experiência em captação de patrocínios e projetos especiais em esportes, o fato de as agremiações não terem explorado corretamente a internacionalização de seus serviços fez com que isso trouxesse uma perda significativa no valor da marca.
“Os clubes brasileiros levam uma grande desvantagem por causa do câmbio, mas acredito que estamos em um caminho positivo de profissionalização, com alguns deles demonstrando uma luz no final do túnel com boas gestões. No caso do Flamengo, acompanho desde 2013 o planejamento estratégico e realmente existe um trabalho de reestruturação seguido à risca. A marca é um ativo muito estratégico. No caso da maioria dos clubes, ainda enxergo que as áreas comerciais e de marketing podem e tem evoluído bastante para ambientes pouco explorados. Um passo inicial e que deve ser feito é pesquisar a fundo o hábito de consumo dos seus torcedores e da população em geral, ali estão todos os dados para qualquer estratégia de conexão”, aponta.
Dos 50 times avaliados, 46 pertencem às principais ligas do mundo: Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França. Apenas quatro equipes são de fora desses países: além do Flamengo (49o); o Ajax, da Holanda (28º); o Celtic, da Escócia (44º); e o Benfica, de Portugal (48º).
O estudo aponta que os clubes brasileiros “tiveram um desempenho muito forte na pesquisa de fãs de futebol Brand Finance 2022, com os fãs associando-os tanto a fortes métricas futebolísticas (como a presença de craques e disputa por troféus) quanto a importantes atributos de imagem (como reputação, sustentabilidade, inovação”.
“O novo capítulo da história do futebol brasileiro que se iniciou com a constituição das SAF contribuirá para o fortalecimento dos clubes e a expansão de sua imagem internacional aumentará com a criação da liga. Ou seja, rumamos para um momento que tende a ser muito positivo para os clubes brasileiros, seja no âmbito local, seja fora do país”, afirma o advogado especializado em direito desportivo, Eduardo Carlezzo.
“Concordo, no entanto, que independente do método, a SAF e a Liga, como mecanismos de profissionalização, vão aumentar muito a receita dos times brasileiros. Isso é um método de valuation baseado em receitas”, afirma Jorge Braga.
Confira as marcas de clubes mais valiosas do mundo:
1 – Real Madrid – 1,5 bilhão de euros (R$ 7,7 bilhões)
2 – Manchester City – 1,3 bilhão de euros (R$ 6,6 bilhões)
3 – Barcelona – 1,3 bilhão de euros (R$ 6,6 bilhões)
4 – Liverpool – 1,3 bilhão de euros (R$ 6,6 bilhões)
5 – Manchester United – 1,3 bilhão de euros (R$ 6,6 bilhões)
6 – Bayern de Munique – 1,1 bilhão de euros (R$ 5,6 bilhões)
7 – Paris Saint-Germain – 1,0 bilhão de euros (R$ 5,1 bilhões)
8 – Tottenham – 873 milhões de euros (R$ 4,4 bilhões)
9 – Chelsea – 855 milhões de euros (R$ 4,3 bilhões)
10 – Arsenal – 793 milhões de euros (R$ 4 bilhões)
11 – Juventus – 705 milhões de euros (R$ 3,6 bilhões)
12 – Atlético de Madrid – 579 milhões de euros (R$ 2,9 bilhões)
13 – Borussia Dortmund – 517 milhões de euros (R$ 2,6 bilhões)
14 – Inter de Milão – 495 milhões de euros (R$ 2,5 bilhões)
15 – West Ham – 294 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão)
16 – Leicester City – 272 milhões de euros (R$ 1,39 bilhão)
17 – Milan – 269 milhões de euros (R$ 1,38 bilhão)
18 – RB Leipzig – 244 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão)
19 – Everton – 205 milhões de euros (R$ 1,05 bilhão)
20 – Wolverhampton – 203 milhões de euros (R$ 1,04 bilhão)
21 – Schalke 04 – 202 milhões de euros (R$ 1,03 bilhão)
22 – Eintracht Frankfurt – 191 milhões de euros (R$ 982 milhões)
23 – Newcastle United – 191 milhões de euros (R$ 982 milhões)
24 – Bayer Leverkusen – 189 milhões de euros (R$ 972 milhões)
25 – Leeds – 186 milhões de euros (R$ 956 milhões)
26 – Aston Villa – 183 milhões de euros (R$ 941 milhões)
27 – Napoli – 182 milhões de euros (R$ 936 milhões)
28 – Ajax – 182 milhões de euros (R$ 936 milhões)
29 – Roma – 181 milhões de euros (R$ 931 milhões)
30 – Sevilla – 178 milhões de euros (R$ 915 milhões)
31 – Wolfsburg – 169 milhões de euros (R$ 869 milhões)
32 – Brighton – 168 milhões de euros (R$ 864 milhões)
33 – Borussia Mönchengladbach – 167 milhões de euros (R$ 859 milhões)
34 – Valencia – 157 milhões de euros (R$ 807 milhões)
35 – Lyon – 154 milhões de euros (R$ 792 milhões)
36 – Crystal Palace – 152 milhões de euros (R$ 782 milhões)
37 – Olympique de Marselha – 145 milhões de euros (R$ 746 milhões)
38 – Southampton – 142 milhões de euros (R$ 730 milhões)
39 – Athletic de Bilbao – 132 milhões de euros (R$ 679 milhões)
40 – Villarreal – 131 milhões de euros (R$ 674 milhões)
41 – Hoffenheim – 123 milhões de euros (R$ 632 milhões)
42 – Atalanta – 123 milhões de euros (R$ 632 milhões)
43 – Betis – 117 milhões de euros (R$ 601 milhões)
44 – Celtic – 113 milhões de euros (R$ 581 milhões)
45 – Colônia – 112 milhões de euros (R$ 576 milhões)
46 – Werder Bremen – 102 milhões de euros (R$ 524 milhões)
47 – Burnley – 101 milhões de euros (R$ 519 milhões)
48 – Benfica – 101 milhões de euros (R$ 519 milhões)
49 – Flamengo – 96 milhões de euros (R$ 493 milhões)
50 – Fiorentina – 95 milhões de euros (R$ 488 milhões)
(Conteúdo Estadão)