Com a vitória por 3 a 1 sobre a Universidad Católica-CHI, na noite da última quarta-feira (3), o Flamengo encaminhou a sua vaga para a próxima fase da Copa Libertadores da América. Com a missão praticamente cumprida dentro de campo, o clube ainda busca a melhor fórmula de sucesso fora das quatro linhas. Especialmente quando o assunto é o faturamento com bilheteria nos jogos em casa (Maracanã).
Time que mais leva público ao estádio em suas partidas com mandos de campo no torneio (média de mais de 59 mil presentes), o Flamengo está longe do topo da tabela de lucro na Libertadores. Ainda que o faturamento bruto tenha ultrapassado os R$ 10,3 milhões com os três jogos disputados no Maracanã, o time embolsou apenas 24% deste montante – R$ 2.495.931,92.
A diferença se explica: por conta do impasse em relação à gestão atual do Maracanã, o Flamengo se viu obrigado a acertar contratos pontuais a cada jogo. Com a Arena da Ilha ainda em fase final de construção e sem outras opções no Rio de Janeiro, o poder de barganha diminui.
A Odebrecht, que ainda tem a concessão do estádio, subiu o preço do aluguel e repassou custos operacionais ao Flamengo, que gastou mais de R$ 2 milhões por jogo para “abrir” o Maracanã -uma perda total acima de R$ 6 milhões no faturamento.
Na estreia da Libertadores, contra o San Lorenzo, o Flamengo teve até de pagar contas vencidas da concessionária para liberar o estádio. No jogo seguinte, contra o Atlético-PR, se comprometeu a reparar as cadeiras de parte de um setor para obter a liberação do Corpo de Bombeiros.
Diante do cenário e do enorme custo, integrantes da diretoria entendem que somente um jogo com casa cheia na Libertadores justifica a utilização do Maracanã. Para partidas com expectativa de menos de 30 mil presentes, o estádio se torna deficitário para os clubes.
Na última quarta-feira (3), novo cenário desfavorável. Apesar da renda de R$ 3.314.405,00, o Flamengo embolsou apenas R$ 954.180,83. Somado às despesas do Maracanã, o time ainda amarga penhoras de processos antigos em todas as suas receitas de bilheteria. (Folhapress)