Jerson Maciel da Silva Júnior, filho do proprietário da Avestruz Mastez, foi inocentado, pela Justiça Federal, de participação no crime de fraude fiscal, em que a empresa teria descontado em 2009 e 2010 de trabalhadores R$ 119.061,09 referentes a Imposto de Renda Retido na Fonte, mas não teria repassado os valores à Receita Federal.
De acordo com o Juiz Federal Alderico Rocha Santos, o crime foi comprovado, mas a defesa de Jerson Júnior demonstrou que apesar de “figurar como sócio da empresa, não era ele quem realmente administrava”.
“Jerson Júnior atuava na área comercial da empresa, não integrava o centro de decisões, que eram centradas em seu pai e no sócio François Sebroeck, por isso não foi e não pode ser responsabilizado, afirmou o advogado de defesa Antônio Corrêa.
Esta é a primeira ação, entre outras que têm Jerson Júnior como réu, em que a Justiça reconhece que ele não integrava o núcleo de decisões do grupo Avestruz Master.
O grupo Avestruz Master, sediado em Goiânia, mas com atuação em vários estados, teve forte atuação a partir de 2003, até sua falência em 2006, na criação de aves e venda de Cédulas de Produto Rural (CPRs), títulos que davam ao comprador propriedade de avestruzes que permaneciam nas fazendas da empresa e participação nos rendimentos do negócio. Com expetativa de lucros muito acima da média do mercado, milhares de investidores compraram filhotes de aves, mas em 2005 descobriu-se que os papéis não tinham lastro. Ou seja, o número de animais vendidos era menor do que aquele existem nos criadouros.
No ano seguinte, a justiça decretou a falência da Avestruz Master, causando prejuízos a 49 mil investidores. Jerson Maciel pai chegou a ser preso por crime contra o mercado de capitais, vindo a falecer em 2008 em decorrência de um tumor no fígado.