FÁBIO FABRINI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O empresário Diogo Cuoco, filho do ator Francisco Cuoco, é suspeito de emitir notas fiscais falsas de R$ 1,8 milhão para viabilizar o pagamento de propinas a dirigentes do BRB, banco estatal de Brasília.
Em depoimento a investigadores, o delator Ricardo Rodrigues disse que a Globomix Servicos de Concretagem, empresa administrada por Diogo, simulava o fornecimento de cimento para a obra do Trump Hotel,
no Rio de Janeiro, atual LSH Lifestyle. Para isso, entregava comprovantes fiscais das vendas forjadas.
Na prática, segundo ele, a transação servia apenas para justificar a geração de dinheiro para os subornos. O colaborador disse que “corrobora a ilicitude da operação o fato de a quantidade de cimento supostamente fornecido ser completamente irreal”.
Ele entregou as notas suspeitas aos investigadores.
Segundo documento da operação, obtido pela Folha de S.Paulo, a empresa de Diogo teria gerado dinheiro em espécie para Rodrigues em ao menos quatro ocasiões. “Os valores são condizentes com os relatos de pagamentos de propinas a agentes de fundos de pensão e funcionários do BRB”, acrescenta.
Num dos episódios investigados, entre agosto de 2015 e junho de 2016, teria sido necessário usar moeda em espécie para pagar R$ 1,2 milhão em subornos como contrapartida à liberação de R$ 16,8 milhões pelo BRB.
Diogo teria disponibilizado parte da quantia, mediante a emissão de notas, de R$ 225 mil, R$ 209 mil e R$ 218 mil.
Outra parte, no valor de R$ 400 mil, teria sido viabilizada pela simulação de serviços da arquiteta Adriana Cuoco. Ela se casou em 2008 com outro filho do ator, Rodrigo.
“Adriana Cuoco, cunhada de Diogo Cuoco, simulou contrato de prestação de serviço de arquitetura no valor de R$ 400.000 para geração de dinheiro em moeda viva para o pagamento de propinas”, diz o documento da operação.
A reportagem não conseguiu contato com Diogo, Adriana ou algum de seus representantes.