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Geral
| Em 5 horas atrás

Filhas de médico que assina laudo que difama Boulos mostram tatuagem para provar falsificação

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As filhas do médico que assina o laudo divulgado por Pablo Marçal (PRTB), ex-influenciador digital goiano que disputa a prefeitura de São Paulo, em que consta uso de drogas pelo também candidato, o professor Guilherme Boulos (PSOL), dizem que o documento é “mais falso do que ele (Marçal)”, e que o ex-coach é um “mentiroso patológico”, apresentando como prova de falsificação até uma tatuagem com a assinatura original do pai, o hematologista José Roberto de Souza, falecido em 2022, aos 82 anos. As declarações foram publicadas em primeira mão pelo jornal O Globo e Tv Globo neste sábado (5).

Em seu perfil no Instagram, o ex-coach compartilhou na sexta-feira (4) o que seria um laudo de encaminhamento médico de Boulos assinado por Souza para uma emergência psiquiátrica, em 2021, quando o hematologista já nem clinicava porque estava muito doente, segundo a família. O documento difama o candidato do PSOL dizendo que ele apresentava “um quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”. O registro também mente ao informar que o paciente havia feito uso de cocaína.

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PF investiga e juiz manda excluir vídeos

Boulos reagiu denunciando o adversário. A Polícia Federal está investigando o caso. Neste sábado, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo determinou que os vídeos em que Marçal divulga o documento falsificado sejam excluídos das redes sociais. O juiz negou a suspensão total das redes de Marçal, mas destacou a “falsidade do documento”, além da proximidade do dono da Mais Consultas, de onde teria saído o documento com assinatura falsa, com o próprio Marçal. Esse mesmo amigo, chamado Luiz Teixeira Júnior, já teria sido condenado por falsificação de diploma médico.

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A decisão foi dada em resposta a uma representação ao TRE da campanha de Guilherme Boulos.

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Uma das filhas, a oftamologista Aline Garcia Souza, contou à Tv Globo que o pai atendia apenas em Campinas e cidades da região, entre elas Hortolândia, apenas como hematologista.

Mesma assinatura para tudo, virou tatuagem na filha médica

“Eu era muito ligada ao meu pai e ele sempre fez a mesma assinatura para tudo. Sempre era assinatura, e nunca fazia visto. Sempre assinou igual nos documentos dele, a vida inteira. E eu sempre gostei muito da assinatura, tanto que com a perda dele eu quis registrar essa assinatura em uma tatuagem na região da costela. Fiz ano passado, um ano após a morte. A assinatura [usada no documento divulgado por Marçal] é completamente diferente da dele”, afirmou a filha.

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Ainda conforme Aline, a família está assustada com a situação. A irmã dela, Carla, moradora de Valinhos, no interior de São Paulo, soube que o nome, registro médico e assinatura do pai dela aparecem em laudo falso divulgado por Marçal nas redes sociais, na madrugada deste sábado.

“Ele só fala mentira, é um mentiroso patológico. Um criminoso, na verdade. Essa assinatura é mais falsa do que ele próprio”, afirmou Carla ao Globo. “Se alguém achava que o Bolsonaro era ruim, essa criatura abjeta é muito pior”, completou.

Oficial de Justiça deu a notícia sobre assinatura em documento falso de madrugada

Analista de sistemas, a mulher foi diagnosticada há mais de 30 anos com esclerose múltipla, e disse que foi acordada às 3h30 deste sábado por um oficial de justiça que pedia que ela conferisse se a assinatura do documento era verdadeira.

Como estava acamada, ela não conseguiu receber o oficial, mas recebeu o documento depois e verificou que a assinatura do pai era falsificada. À colunista do GLOBO, Malu Gaspar, Carla afirmou que vai processar Marçal e o dono da clínica Mais Consultas, onde teria sido expedido o laudo. Ela reforçou que Souza atuava em Campinas e nunca atendeu em São Paulo.

O jornal localizou também uma ex-funcionária de José Roberto de Souza que afirmou  não reconhecer a assinatura que consta no papel. Iolanda Rodrigues trabalhou com o médico por 31 anos no Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Campinas (IHHC).

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.