O Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Fieg, promoveu quarta-feira (30/06) o webinar Implantação da Tecnologia 5G. O evento, realizado em ambiente on-line, contou com exposição do chefe da Assessoria Técnica da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Humberto Bruno Pontes Silva, e do presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), Luciano Stutz. O debate reforçou a importância da implantação da tecnologia.
Segundo o representante da Abrintel, o Brasil e o Estado de Goiás têm desafios significativos em infraestrutura de telecomunicações, camada primária da conectividade, para implantação da tecnologia. Dados apresentados mostram que são estimados investimentos de R$ 885,8 bilhões até 2023 tanto para ampliação de sistemas de mobilidade e conectividade quanto em tecnologias de transformação digital.
“É importante que a sociedade entenda que não é somente mais um G, mas um momento ímpar, que vai proporcionar um salto no desenvolvimento econômico e social. O 5G vem para revolucionar!”, afirmou Luciano Stutz, que listou as diversas aplicações da tecnologia, seja na indústria, no agronegócio, na saúde, na educação, contribuindo para um salto em IoT (Internet das Coisas).
Para tanto, o presidente da Abrintel defende que a conectividade é ferramenta essencial e indispensável para esse salto de desenvolvimento e que o serviço precisa de infraestrutura e qualidade de antenas para chegar aos consumidores. Nesse sentido, é fundamental que Estados e municípios revisem as legislações locais para estarem na rota dos investimentos da conectividade no ciclo 5G.
“As smart cities estão na pauta das campanhas das eleições municipais. Mas não haverá esse desenvolvimento tecnológico sem a retirada das equivocadas restrições legais à implantação das infraestruturas necessárias para implantação da tecnologia”, alertou Stutz, que explicou ainda que as novas tecnologias requerem adensamento da rede de telecomunicações.
Nessa perspectiva, dentre as prioridades, foram citados o alinhamento com a legislação federal das antenas (lei 13.116/2015 e decreto 10.480/20), o licenciamento único e simplificado para desburocratização de facilitação do acesso à tecnologia e o fomento ao compartilhamento, com previsão de instalação ordenada de torres.
O chefe da Assessoria Técnica da Anatel, Humberto Bruno Pontes Silva, apresentou dados que mostram a evolução da rede de telecomunicações na última década. Atualmente, o 4G alcança 5.441 municípios, atendendo 89% da população brasileira com cobertura móvel.
Para o representante da Anatel, agora é necessário um novo salto de investimentos para concretizar a implantação do 5G. “O 5G chega como habilitador da transformação digital. É uma tecnologia que vai proporcionar benefícios reais e práticos para a vida do cidadão de forma disruptiva”, avaliou.
O especialista apresentou dados que estimam o impacto econômico que o 5G vai promover em todo o mundo. É esperado aumento de até US$ 2 trilhões ao PIB Global por catalisar o processo de conectar mais pessoas aos fluxos globais de informação, comunicação e serviços. Além disso, a tecnologia deve gerar US$ 12,3 trilhões de produção econômica até 2035, por suportar outras atividades econômicas, sendo US$ 5 trilhões somente nos setores de manufatura, transporte, construção, serviços públicos e mineração. No Brasil, o 5G deve incrementar cerca de 1% ao PIB em média por ano, entre 2021 e 2035, somando R$ 5,5 trilhões nos próximos 15 anos.
“Os números são gigantescos! É importante que consigamos criar a esteira para que esses investimentos se concretizem”, arrematou Humberto Bruno Pontes Silva, ao explicar que a Anatel tem se dedicado à publicação dos editais e viabilização de licitação, sem viés arrecadatório, mas focado em criar impacto virtuoso no incremento da infraestrutura. Segundo ele, é provável que até setembro do ano que vem, no que depender da Anatel, a tecnologia esteja em todas as capitais brasileiras.
Para o presidente do Coinfra, Célio Eustáquio de Moura, com a definição de diretrizes para o leilão do 5G e regulamentação da Lei Geral das Antenas, o Brasil chegará a uma nova realidade em conectividade. “E essa revolução vem rápido, em velocidade 5G. A expectativa é de que 100% das capitais brasileiras tenham a tecnologia até 2022”, afirmou.