Em meio a um novo avanço da febre amarela, boletim atualizado do Ministério da Saúde e divulgado na manhã desta quarta-feira (7) aponta 353 casos confirmados da doença no país, com 98 mortes.
Os dados representam um aumento de 66% em relação ao balanço divulgado na última semana, quando havia 213 casos já confirmados. Há ainda 423 casos suspeitos em investigação.
Os registros abrangem o período de julho de 2017 a 6 de fevereiro deste ano.
O país, no entanto, já registrava um surto da doença desde os últimos meses de 2016 -para comparação, em fevereiro do ano passado, balanço apontava 509 casos confirmados, incluindo 159 mortes.
Com os novos dados, São Paulo ainda aparece como o Estado com maior número de casos da doença. Ao todo, são 161 confirmados, sendo que 41 destes pacientes morreram.
Em seguida, está Minas Gerais, com 157 casos confirmados e 44 mortes. Já o Rio de Janeiro tem 34 registros, incluindo 12 mortes.
Apesar do avanço, o Ministério da Saúde frisa que todos os casos são de febre amarela silvestre, transmitida por mosquitos que circulam em áreas rurais e de mata, como o Haemagogus e Sabethes.
Em nota, a pasta informa que ainda não há casos de febre amarela urbana no país -o último registro foi feito em 1942.
Para o ministério, a probabilidade de transmissão urbana, a qual ocorreria pelo mosquito Aedes aegypti, é considerada “baixíssima”.
“Por uma série de fatores: todas as investigações dos casos conduzidas até o momento indicam exposição a áreas de matas; em todos os locais onde ocorreram casos humanos, também ocorreram casos em macacos; todas as ações de vigilância entomológica, com capturas de vetores urbanos e silvestres, não encontraram presença do vírus em mosquitos do gênero Aedes”, informa.
Outros fatores, segundo o ministério, seriam o aumento da cobertura vacinal e a baixa infestação de Aedes em relação ao que estudos apontam como necessário para transmissão da doença.
De acordo com a pasta, o caso de um paciente atendido em São Bernardo do Campo (SP) está sendo investigado pela secretaria de saúde, com captura de mosquitos para verificar o tipo de transmissão.
Apesar de morar na área urbana, o paciente possivelmente trabalha na área rural -o que aumenta a possibilidade de ser um registro de febre amarela silvestre, informa.
Com o crescente número de casos de febre amarela, os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro iniciaram em 25 de janeiro uma campanha emergencial de vacinação, com o uso da dose fracionada. A Bahia também fará parte da nova mobilização, mas entre os dias 19 de fevereiro a 9 de março.
A diferença da vacina fracionada em relação à integral está no volume aplicado. Enquanto a dose padrão tem 0,5 ml, a fracionada tem 0,1 ml. Um frasco com cinco doses, por exemplo, pode vacinar até 25 pessoas.
O tempo de proteção também varia: enquanto a primeira protege por toda a vida, a segunda tem duração menor. Inicialmente, esse período era citado em até um ano.
Novos estudos feitos pela Fiocruz, porém, mostram que a imunização já dura ao menos oito anos. A instituição afirma que continuará a avaliar o tempo de proteção para definir se haverá a necessidade de aplicação de uma nova dose no futuro. (Folhapress)