O diretor do FBI, James Comey, pediu ao Departamento de Justiça que negasse publicamente as acusações de espionagem feitas pelo presidente Donald Trump, disse neste domingo (5) o jornal “The New York Times”.
No sábado (4), ele acusou seu antecessor, Barack Obama, de ter ordenado escutas telefônicas contra sua equipe na campanha eleitoral que o levou à Casa Branca. O porta-voz do democrata negou as alegações.Segundo membros do gabinete do republicano, Comey argumentou que a acusação é falsa e precisa ser corrigida porque é uma insinuação de que a polícia federal americana teria violado a lei.
Nem o Departamento de Justiça nem o FBI comentaram sobre o pedido. Também não há informações de por que o chefe policial não fez um comunicado contrariando o presidente, apesar de ser autorizado a fazê-lo.
A reportagem é publicada horas depois que a Casa Branca pediu ao Congresso que inclua uma investigação sobre o suposto abuso de autoridade de Obama no inquérito sobre a interferência russa nas eleições.A declaração potencialmente elimina tentativas fazer Trump explicar suas acusações. O texto divulgado pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, alude a relatórios -não especificados- de investigações politicamente motivadas antes das eleições.
Spicer afirmou que o governo não comentará mais sobre o assunto até que as investigações sejam concluídas.
EXTREMA DIREITA
Além da falta de provas, Trump também não deu indícios da origem das acusações. A imprensa americana afirma que o presidente reproduziu alegações de sites de extrema direita.Na quinta (2), o radialista Mark Levin mencionou os passos que Obama teria tomado para vigiar o sucessor. A acusação foi publicada no dia seguinte no Breitbart News, que tem entre os fundadores Stephen Bannon, estrategista-chefe do presidente.
Ao pedir ao Congresso que amplie suas investigações, o próprio Trump estabelece um vínculo entre suas denúncias de que foi espionado por Obama e o escândalo dos contatos entre seus colaboradores e funcionários russos.
O governo Obama acusou os russos de estarem na origem do ataque cibernético a e-mails de colaboradores de Clinton na campanha eleitoral. A operação teria sido conduzida pelo Kremlin para beneficiar o republicano.
(FOLHAPRESS)
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