A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) notificou o fazendeiro, dono de um rebanho de búfalos, a retirar os animais do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, em Cavalcante, no nordeste de Goiás.
São cerca de 30 búfalos soltos nas imediações da Comunidade Kalunga do Engenho II. Recentemente, kalungas montaram um piquete para impedir o avanço dos búfalos.
O documento que exige a retirada imediata dos búfalos foi publicado nesta quinta-feira (15) e dá 48 horas para que os búfalos saiam do local. Em caso de descumprimento, o proprietários dos animais pode ser autuado e multado, com valores que variam entre R$ 2 mil e R$ 100 mil.
O documento ressalta que a região abriga uma área de especial preservação da vegetação nativa do Cerrado e que a espécie apresenta alto potencial de degradação ambiental. De acordo com o regimento interno da Associação Quilombo Kalunga, que estabelece regras de uso das terras do quilombo, é proibida a criação de búfalos nesse território.
As terras da região deveriam ter sido desapropriadas, mas o processo depende da União. Fazendeiros que detêm propriedades próximos aos territórios históricos kalungas já relataram que não se opõem. Porém, o governo federal jamais entrou em negociação pelas terras.
Búfalos, segundo a Semad, podem destruir nascentes e beiras de córregos, derrubar cercas que protegem as roças e comer plantações e telhados de palha das casas típicas da população Kalunga.