Desde que os primeiros familiares dos jovens internados no Centro de Internação Provisória (CIP) do 7º Batalhão da Polícia Militar, em Goiânia, começaram a chegar na unidade, na manhã desta sexta-feira (25), eles foram recepcionados por uma equipe de psicólogos e assistentes sociais. Os primeiros atendimentos foram realizados ainda no CIP.
No período da tarde, no Centro de Internação, e também durante a madrugada no Instituto Médico Legal, todos os familiares dos jovens envolvidos na tragédia foram acompanhados pelos assistentes sociais e psicólogos do Grupo Executivo da Criança e do Adolescente (Gecria), da Secretaria Cidadã. Pessoalmente, o titular da Pasta, Murilo Mendonça, e a diretora do Gecria, Luzia Dora, determinaram que assistentes sociais e psicólogos passassem a madrugada, bem como este sábado, no IML afim de prestar assistência aos familiares.
O intuito, de acordo com Murilo Mendonça, era amenizar a dor dos familiares, prestando informações sobre o velório e o sepultamento, considerando que muitos não sabiam como agir. “O governador José Eliton determinou que amparássemos os familiares, com assistência psicológica e também burocrática neste momento tão sensível para pais, mães e familiares de um modo geral”, informou Mendonça, que disponibilizou uma van para conduzir os familiares de uma das vítimas até o cemitério.
Como forma de proteger as famílias de constrangimento, conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adlescente (ECA), os nomes de oito adolescentes foram informados primeiro aos familiares. Oito vítimas já foram identificadas pelo IML. Uma identificação ainda está sendo realizada.
O incêndio – O governo de Goiás reitera o fato de que não houve rebelião no Centro de Internação. O incêndio trata-se de ato isolado, feito pelos próprios internos. A motivação do incidente está sendo apurada, tanto administrativa, quanto criminalmente, uma vez que não houve o menor indício de que poderia haver o incidente. Todas as forças policiais estão envolvidas na apuração criminal.
Por volta das 11h30 de sexta-feira (25), foi colocado fogo em um colchão de um alojamento. Na parte interna de um alojamento, os próprios adolescentes fizeram uma barreira com outros colchões, o que provocou o fogo, causando assim as mortes.
Os próprios agentes socioeducativos da unidade realizaram o combate inicial ao fogo, utilizando os recursos de combate de incêndio da própria unidade, evitando que as chamas se propagassem por todas as instalações do local. O Corpo de Bombeiros foi acionado e atuou de forma imediata no combate ao incêndio. O local conta com extintores, hidrantes, mangueiras e caixas de abastecimento e reservatório de água específico para fornecimento de água aos hidrantes.
A Superintendência de Política Técnico-Científica coletou materiais e elementos que vão subsidiar os laudos técnicos. A Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) e Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), de imediato deram início às providências iniciais. A conclusão dos trabalhos será apresentada oportunamente.
Assim que informado, o governador José Eliton determinou que fossem tomadas medidas necessárias para a apuração das causas e para o apoio aos familiares dos internos. Eliton, que estava em Cuiabá, onde participou do Encontro de Governadores do Brasil Central, imediatamente após o ocorrido antecipou seu retorno a Goiânia para acompanhar e designar novas providências necessárias.
Em nota, o governo de Goiás lamentou o ocorrido e externou sua solidariedade aos familiares dos adolescentes que vieram a óbito.