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Falta de valorização dos professores impede o Brasil de atingir meta da ONU

A ONU estimula os países a escolarizarem todas as crianças até 2015. Os professores são a chave para que o mundo consiga cumprir essa meta, já que a entidade sugere a contratação de 1,6 milhão de novos professores e mais 3,6 milhões apenas para substituir os que estão se aposentando ou deixando a profissão.

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No Brasil essa meta está comprometida já que faltam educadores, pois a categoria se sente desgastada. “Ninguém mais quer se tornar um professor, com o baixo salário e a falta de valorização da categoria. Esses profissionais vão em busca de concursos ou outras opções melhores de trabalho. Além disso, a rotina de um educador também é estressante e pode trazer complicações nas cordas vocais, o surgimento de varizes e outros problemas de saúde.”, explica o Doutor em educação João Ferreira de Oliveira (48).

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Pedagoga há apenas cinco anos, Thaís Millena Silva Rodrigues (29) leciona para crianças todos os dias durante oito horas e meia, sem intervalo. A rotina atribulada de 44 horas semanais em duas instituições da rede pública já levou a educadora a uma depressão. “Tive duas gotas d’água, na primeira eu estava no carro com a minha avó, não vi o sinal fechar e por pouco não sofremos um acidente. A segunda gota d’água foi quando eu bati meu carro. Depois de tudo, conversei com o médico e ele disse que eu estava com depressão e o cansaço foi uma das principais causas. Tirei licença psiquiátrica por dois meses, não conseguia nem dormir, precisei tomar remédios.”, relata ela. No entanto o que realmente entristece o professor segundo Thaís, é a desvalorização profissional e a o baixo salário… “Nosso país, a nossa cultura valoriza o jogador de futebol, o funkeiro e a mulher fruta, mas não valoriza o professor, o médico, a enfermeira e quem busca uma formação, paga mal esses profissionais.”, critica a Pedagoga, que apesar de tudo ainda acredita na educação.

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Salário digno

Os especialistas afirmam que a solução para melhorar a situação dos professores no Brasil e atrair novos profissionais para a área, é melhorar o salário. “O professor precisa ter um salário digno que remunere seu tempo em sala de aula, mas também suas atividades extraclasses. Precisa encontrar na sua escola mínimas condições para exercer bem sua profissão.”, argumenta o advogado e professor especialista em Direito Processual Civil, João Augusto Machado de Castro (27). “Fornecidas condições dignas de trabalho e capacitação, o professor encontraria condições de se concentrar naquilo que ele, em regra, ama e sabe fazer, transformar histórias através do conhecimento.”, conclui o docente.

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Com muito investimento Brasil pode melhorar educação daqui a 20 anos, calcula especialista

Os problemas educacionais brasileiros decorrem de vários fatores aglomerados por décadas como a desigualdade social, a falta de investimento em infraestrutura, falta de valorização profissional, o aumento populacional e outros aspectos não permitem que o Brasil reverta o quadro da educação em tão pouco tempo, afirma o Doutor em educação João Ferreira de Oliveira (48). “Esses problemas acumulados não vão se resolver de um dia para o outro. O Brasil só começou a investir na educação no século XX e é claro que fizemos alguns progressos. No entanto somente com muito investimento em infraestrutura, modernização e com incentivo aos professores é possível reverter nosso quadro, daqui a 20 ou 30 anos”, estima o especialista.

Melhorar a educação é também uma tarefa nossa, pois a mudança deve começar a partir de nós, quando valorizamos quem pode fazer deste mundo um lugar melhor, mais sociável, democrático, menos violento: os professores, fonte de conhecimento que levamos para toda vida.

Os representantes do governo são o reflexo da sociedade, se nós nos importamos, eles não terão outra saída a não ser investir no que realmente importa.

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Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: altairtavares@diariodegoias.com.br .

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