Políticos de partidos tradicionais na história da Alemanha pós-Hitler não receberam com bom tom, os comentários do presidente Jair Bolsonaro feitos em Israel. O chefe de Estado do Brasil, afirmou não ter dúvidas que o é de esquerda. A visão se estende ao chanceler Ernesto Araújo que disse o mesmo, há algumas semanas.

Em sua coluna no Estadão, o jornalista Jamil Chade trás a reação de alguns parlamentares alemães com relação a fala de Jair Bolsonaro, que não foi perdoado.

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“Os nazistas usaram o termo ‘social’ como uma máscara para seu real programa político”, declarou Yasmin Fahimi, deputada do Partido Social-Democrata (SPD, sigla em alemão). Ela faz parte do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento Alemão.

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Seu partido governou a Alemanha sob a batuta de Gerhard Schroeder, Helmut Schidt e Willy Brandt. Hoje, o SPD também faz parte da coalizão que governa a Alemanha, num acordo com o partido de Angela Merkel, de centro-direita. O ministro das Relações Exteriores da Alemanha é Heiko Josef Maas, justamente do Partido Social Democrata.

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“O fato de Jair Bolsonaro estar usando a mesma estratégia de mentiras é uma ridicularização inaceitável das vítimas que foram mortas pelos nazistas”, disse Fahimi.”, mencionou Fahimi.

A deputada rememora que os sociais-democratas foram presos e mortos em Campos de Concentração Nazistas. Reiterou que o nazismo era o fascismo da extrema-direita. “Durante esse período, a Alemanha foi uma ditadura fascista, desumana e de uma ideologia racista. A declaração de Bolsonaro deprecia a memória de todas as vítimas assassinadas pela violência dos nazistas”, insistiu.

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Em tempo, a deputada ainda ressaltou que foram os movimentos de esquerda existentes na época que foram à luta pela liberdade e igualdade de todos. “Isso é o oposto do fascismo”.

O chefe do Comtê Internacional do partido Die Linke (Partido de Esquerda da Alemanha) não poupou críticas. “Bolsonaro pode ser chamado de fascista. Desprezando a democracia, as conquistas do Estado de Direito, ele ataca a esquerda, LGBT, povos indígenas, afro-brasileiros, minorias e ativistas”, declarou.

Segundo ele, a declaração de Bolsonaro sobre a origem do nazismo é “uma completa distorção dos fatos históricos”. “Sem qualquer dúvida, o nazismo é um movimento fascista. Eles não foram responsáveis apenas pela morte de 6 milhões de judeus, mas também de 20 mil membros de partidos de esquerda”, declarou. “Mais de 3 milhões de prisioneiros soviéticos morreram nas prisões na Alemanha durante a guerra”, insistiu, lembrando que a ofensiva nazista no mundo e sua ideologia anticomunista deixou como resultado 65 milhões de mortos. “A esquerda foi parte da resistência antifascista em toda a Europa e lutou contra esses regimes desumanos”, completou.

 

 

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