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Saúde
| Em 2 anos atrás

Faculdade de Goiás fará estudos com extratos da cannabis e médico reforça importância da planta na sociedade

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Não é surpresa pra ninguém que um tipo de planta da mesma família que dá origem à maconha esteja salvando muitas vidas. O responsável por isso é a cannabis, que gera muitas formas medicinais, de acordo com a combinação de substâncias e que tem sido usado para tratamentos contra câncer, convulsão, depressão e até para ajudar animais de estimação.

Em Goiás, por exemplo, a Universidade Evangélica do estado (UniEVANGÉLICA) iniciará, em fevereiro deste ano, estudos com dois extratos da cannabis, o canabidiol e o tetrahidrocanabinol em parceria com a Associação Goiana de Apoio e Pesquisa à Cannabis Medicinal (AGAPE). Apesar disso, a falta de conhecimento sobre como isso acontece e o preconceito contra o tema ainda é uma barreira.

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Dr José Israel Sanches Robles

Por isso, o médico nutrólogo e intensivista, Dr José Israel Sanchez Robles, explica a importância da informação correta sobre o assunto chegar até o máximo de pessoas. “Este é um ano chave para a indústria da cannabis e a expectativa é de que a pauta finalmente receba a atenção que merece, tanto por parte das pessoas quanto por parte das empresas e dos políticos”, introduz o especialista. 

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“É muito importante que os benefícios que essa planta pode trazer cheguem ao máximo número de pessoas. Pesquisas já provaram que o câncer, por exemplo, uma das doenças que mais causa mortes e que atingirá cerca da metade de homens e um terço de mulheres nos próximos anos, pode ter o cannabis no seu arsenal terapêutico, que atua de forma benéfica no alívio sintomas da quimioterapia, além de tratar a ansiedade que pode estar associada”, afirmou o médico.

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De acordo com José Israel, estudos mostram que o cannabis diminui o amplo espectro de células tumorais por meio de vários mecanismos. “Há, ainda, pesquisas que apontam os canabinóides como supressores dos tumores, outros apontam ação anti-inflamatória que bloqueia o sistema de resposta do corpo ao câncer. Com isso, pode haver, até mesmo, a redução do crescimento tumoral de certos tipos da doença”, completa. 

Além de ajudar contra o câncer na doença ou prevenção, o especialista lembra que o THC, como é conhecida a molécula mais psicoativa da cannabis, atua como relaxante muscular e anti-inflamatório. “Daí a produção de óleos com efeitos anticonvulsivos, anti-inflamatórios, antidepressivos e até anti-hipertensivo. Esses produtos também são usados como analgésico e estímulo para aumentar o apetite”, pontuou José Israel.

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Até em animais a cannabis já provou ser eficiente. Desde 2020, por exemplo, a associação INDICA (Inclusão, Diversidade e Cannabis) de São Paulo decidiu focar seu atendimento nos bichos de estimação. O órgão já conseguiu ajudar mais de 2 mil animais, de todas as regiões do Brasil, a aliviar a dor, diminuir a ansiedade, reduzir problemas gastrointestinais e convulsões em cães e gatos. 

A Cannabis Medicinal, que foi reclassificada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e incluída na lista das drogas que têm propriedades medicinais reconhecidas, está liberada pela ANVISA desde o ano de 2015. Ainda no Brasil, São Paulo é o estado brasileiro com mais autorizações para importar o medicamento. Além disso, um projeto do estado, pode até mesmo disponibilizá-lo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

O Projeto de Lei Nº 1180, de 2019, foi aprovado em votação realizada  no final do ano de 2022 instituindo  a política estadual de fornecimento gratuito pelo Estado de medicamentos de derivado vegetal à base de canabidiol, em associação com outras substâncias canabinóides, incluindo o tetrahidrocanabinol (THC). Basta, agora, a sanção do governador Tarcísio de Freitas.

Depois disso, Dr José Israel lamentou que apesar das evidências e das expectativas positivas sobre a expansão deste composto no mundo e no Brasil ainda há um longo caminho pela frente. “Sabemos que somente após a legalização e flexibilização do uso derivados da cannabis na medicina é que serão abertas inúmeras e verdadeiras possibilidades para pesquisas e tratamentos cada vez mais eficientes com estes fármacos”, disse.

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Carlos Nathan Sampaio

Jornalista formado pela Universidade Federal e Mato Grosso (UFMT) em 2013, especialista Estratégias de Mídias Digitais pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação de Goiânia - IPOG, pós-graduado em Comunicação Empresarial pelo Senac e especialista em SEO.