Um ano após a morte de Marília Mendonça, a cantora permanece recebendo homenagens e terá seu nome colocado na fachada do Mercado Popular da Avenida 74 que passará a se chamar “Centro Cultural Mercado Popular da 74 Marilia Dias Mendonça”. O local no setor Central já é um dos pilares da cultura goianiense.
“Nada mais justo do que homenagear a artista que conquistou o coração de goianienses e de brasileiros de todos os cantos do país. Marília deixou um legado imensurável na música brasileira”, afirmou o prefeito Rogério Cruz.
O projeto de lei do vereador Gerverson Abel foi aprovado em setembro deste ano, por unanimidade, pela Câmara de Goiânia.
“Marília Mendonça é ícone da música sertaneja, e será lembrada por gerações pelo legado deixado. Ela levou o nome de Goiás para todos os cantos do Brasil e do mundo. Uma artista de enorme talento e carisma. Nossa proposta é apenas uma singela homenagem a essa fabulosa cantora”, pontua o vereador.
A morte precoce
No dia 5 de novembro de 2021 o Brasil inteiro se despedia da rainha da sofrência, Marília Mendonça. A goiana morreu aos 26 anos em um grave acidente aéreo na cidade de Caratinga, em Minas Gerais. Além da cantora, outros quatro ocupantes da aeronave também morreram.
Ainda em Goiânia, antes de pousar, Marília estava radiante, feliz e agradecendo os fãs de todo país que assistiram o clipe de ‘Fã-Clube’, o qual tem participação das cantoras Maiara e Maraisa. Portanto, Marília começou o dia fazendo ligações aleatórias por ela mesma para fãs.
“Escolhi alguns aleatoriamente e me diverti. Você quer receber uma ligação? Quero fazer mais três ligações, para agradecer a quem assistiu ao clipe de ‘Fã-Clube’”, disse a cantora em vídeo publicado nas redes sociais.
Logo mais, a cantora aparece também nas redes sociais caminhando em direção a aeronave, com destino a MG, onde teria um show naquela noite. Com uma roupa em quadriculados em branco e preto, Marília carregava seu instrumento, um violão, e uma mala e ainda publicou um outro vídeo sobre como seria o fim de semana em terras mineiras.
“Fim de semana de shows em Minas Gerais”, dizia a legenda. A cantora também brincou com a própria dieta ao mostrar pratos típicos da cozinha mineira, que em seguida ela aparece mordendo uma maça que fazia alusão a dieta que vinha seguindo à risca.
As primeiras imagens da queda de aeronave, um bimotor partido ao meio, em uma cachoeira na Serra de Caratinga (MG), começaram a circular nas redes por volta das 15h30. Neste momento, ainda não era possível confirmar se Marília estava no avião e as especulações então começaram seguidas de milhares de brasileiros aflitos.
Para tranquilizar o brasileiro, no fim da tarde, a assessoria de imprensa da cantora confirmou que ela estava no avião junto com outros passageiros, e disse ainda que todos haviam sido resgatados com vida, estavam bem e encaminhados para um hospital. Nessa hora, um pequeno ”alívio” e uma grande esperança de vida da cantora começaram a surgir.
Mas, em torno das 17h40, um comunicado oficial do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, informava a morte da cantora. “O CBMMG confirma que a aeronave transportava a cantora Marília Mendonça e que ela está entre as vítimas fatais”, dizia o comunicado.
Neste momento o Brasil inteiro entra em choque, ninguém queria acreditar que a rainha da sofrencia teria partido assim, tão de repente. As redes sociais foram inundadas por publicações de fãs, amigos e famosos lamentando a partida de uma das maiores artistas que a música nacional já produziu.
Neste momento, o luto se estendeu por toda nação. Além de uma cantora, morria uma porta-voz feminina, que dava forças à mulher. Além da cantora, morria uma mãe, uma filha, uma irmã, uma neta, morria a Marília Mendonça.
Após um ano, a conclusão da investigação sobre a morte da cantora ainda depende do fechamento do laudo técnico da aeronave. A Polícia Civil de Minas Gerais, não descarta a possibilidade de falha humana no acidente.
As investigações apontam ainda, que o piloto fez uma manobra fora dos padrões para o tráfego aéreo no município de Caratinga. Durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (4), o delegado que investiga o caso, Ivan Lopes Sales, disse que o piloto não fez a manobra que se esperava.
“O que sabemos mediante depoimentos é que o piloto não fez a manobra que se esperava. Ele saiu da zona de proteção do aeródromo para fazer esse pouso. É um fator que pode ter contribuído para que o acidente ocorresse”, detalhou o delegado.
Segundo o delegado, um documento emitido pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), aponta que a aeronave voava muito baixo e fora da área de proteção delimitada pelo Notam. “Quando ele sai dessa rede de proteção, qualquer manobra é de responsabilidade de quem está comandando a aeronave, ele vai contar com a própria visão”, explica o delegado.
Os investigadores aguardam a conclusão das apurações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que irá determinar se houve ou não defeito na aeronave e ajudar a entender o motivo de o piloto ter desviado do padrão de pouso da área.