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O grupo “Mulheres unidas contra Bolsonaro” disparou em número de curtidas e filiações no Facebook. Nesta terça-feira (11) o grupo tinha 700 mil mulheres, na madrugada desta quarta-feira (12), o grupo que se posiciona contra o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, bateu um milhão de participantes.

O grupo foi criado no dia 30 de agosto pela baiana Ludimilla Teixeira e é administrado por 100 mulheres e 50 moderadoras. Segundo a professora Maíra Motta, de 40 anos, uma das moderadoras do grupo, elas estão engajadas em uma força-tarefa para admitir quem quer entrar no grupo, já que o número de solicitações não baixa de dez mil.

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Para entrar é necessário ser mulher – cis, pessoa que se identifica com o gênero que nasceu e foi registrada, ou trans, pessoa que reivindica um gênero diferente daquele que nasceu e foi registrada – e ser contra a eleição de Jair Bolsonaro, que tem a citação do nome evitada no grupo para ‘não contribuir com os algoritmos (do Facebook) que divulgam ainda mais o nome do candidato’.

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Entre as regras do “Mulhere unidas contra Bolsonaro” estão a proibição de discurso de ódio ou bullying e de enquetes sobre intenções de votos: “É proibido pela Lei Eleitoral e dá multa, portanto não correremos o risco!”, justifica o texto.  

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Ao jornal O Dia, as moderadoras explicaram que o objetivo da criação do grupo foi unir as mulheres que são contra o avanço e fortalecimento do machismo, misoginia, racismo, homofobia e outros tipos de preconceitos. “Acreditamos que este cenário é uma grande oportunidade para nos reafirmarmos enquanto seres políticos e sujeitos de direito. Esta é uma grande oportunidade de união! De reconhecimento da nossa força!”, explicou o grupo por meio de sua equipe de comunicação.

Política

Segundo o cientista político Luiz Signates: “Este é, talvez, o maior fenômeno da internet no Brasil, em relação a manifestações políticas. Isso causa um efeito forte no processo eleitoral, é uma coisa inédita, uma manifestação exclusivamente feminina”, disse.

De acordo com Signates, em menos de duas semanas, o grupo cresceu de forma exponencial, já que as mulheres entram e agregam outras mulheres e, caso continue crescendo dessa forma, poderá chegar a muitos milhões de participantes em pouco tempo.

“Esse grupo é muito interessante e tem um efeito simbólico grande. Fiquei sabendo, através da minha esposa, que as mulheres debatem no grupo até que ponto a interferências dos homens no voto feminino, o componente de gênero do voto, até o risco de agressão que algumas mulheres sofrem por expressarem suas opiniões políticas, é um debate social muito importante”, afirmou o cientista político.

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