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Extrema direita é derrotada na Holanda

O premiê conservador da Holanda, Mark Rutte, venceu as eleições parlamentares desta quarta-feira (15), segundo os resultados preliminares. Ele derrotou o partido do candidato de extrema direita Geert Wilders, que liderou as pesquisas nos últimos meses.

O trunfo de Rutte e o desempenho abaixo do esperado de Wilders são o primeiro refluxo de uma tendência ascendente da direita populista nos EUA e na Europa.

“Esta é uma noite em que a Holanda, depois do ‘brexit’ [saída do Reino Unido da União Europeia] e de Trump, disse: Basta do tipo de populismo errado”, disse Rutte.

A sigla do premiê, o VVD (Partido Popular para a Liberdade e Democracia), conseguiu 31 dos 150 assentos, de acordo com as pesquisas de boca de urna. Wilders, do populista PVV (Partido da Liberdade), estava com 19, empatado com outras duas siglas no segundo lugar.

Wilders havia baseado sua campanha na aversão a imigrantes e na promessa de deixar a União Europeia. Se o resultado se confirmar, seu partido terá crescido sua bancada em 4 assentos em comparação com o pleito de 2012.

O PvdA (Partido Trabalhista) sofreu, por sua vez, uma derrota histórica. A sigla conquistou apenas 9 assentos, comparados aos 38 de cinco anos atrás.

O comparecimento nas urnas, estimado em 82%, foi o maior nos últimos 31 anos.

Repercussão

Os resultados da eleição holandesa foram acompanhados em todo o continente europeu. Angela Merkel, chanceler alemã, congratulou Rutte por telefone.

O voto na Holanda foi tratado como uma medida da força do populismo de direita, o que também ocorrerá no pleito da França, em abril, e da Alemanha, em setembro.

Há afinidade entre o discurso do PVV e o da Frente Nacional, na França, e da Alternativa para a Alemanha. Esse trio coincide, por exemplo, na rejeição à UE.

Mesmo que o PVV não tenha vencido o pleito, suas 19 cadeiras serão vistas como sinal do apoio a suas ideias.
Wilders defendeu expulsar parte dos migrantes marroquinos, a quem se refere como “escória”, e proibir o Alcorão, livro sagrado do islã.

“O que chamo de partidos patrióticos estão ganhando fôlego”, disse Wilders ao votar em uma escola em Haia.
“Qualquer que seja o resultado das eleições de hoje, o gênio não irá voltar para a lâmpada, e essa revolução patriótica, quer seja hoje ou amanhã, acontecerá.”

Como nenhum partido obterá maioria, será necessário negociar coalizões. Neste espectro bastante fragmentado, o processo deve demorar meses. Em 1977, foram 208 dias até se formar a coalizão.

Dificilmente o radical Wilders fará parte do próximo governo. As demais forças políticas já sinalizaram que não vão se aliar a ele.

Eleitores

A coalizão resultante das negociações terá de lidar com a indicação feita nas urnas de que a migração é uma questão política urgente.

Essa era a principal preocupação de dois dos eleitores encontrados pela Folha nesta quarta em Haia, sede do Parlamento holandês.

“Não sabemos se essas pessoas estão vindo para a Holanda fugindo de guerras ou pelo interesse na economia”, disse um deles na prefeitura, sem revelar o nome.
“Nós pagamos bastante imposto aqui e não gostamos quando vemos que migrantes não querem trabalhar e ajudar a construir o país.”

Seu colega, concordando com acenos da cabeça, afirmou em seguida: “Os imigrantes têm que ser obrigados a falar holandês e a entender a cultura local”.

Em um país em que o voto da extrema direita foi demonizado nas últimas semanas, a exemplo do visto nos EUA, o silêncio desses eleitores era tão comum que motivou preocupações de que Wilders tivesse mais apoio do que o sugerido pelas pesquisas.

“Eles têm medo de serem chamados de racistas”, diz Joost Niemoller, autor de um livro sobre os eleitores do PVV e simpatizante da sigla.

A principal questão para esses eleitores diz Niemoller, é a identidade holandesa. “Seus entornos estão se transformando, e eles se sentem perdidos”, afirmou.

Estima-se que 230 mil pessoas tenham imigrado para a Holanda em 2016. Subtraídas as 141 mil pessoas que emigraram, houve um aumento de 89 mil. A população da Holanda é de 17 milhões.

As cidades têm se transformado, congregando cada vez mais etnias. O número de municípios com entre 10% e 25% de migrantes não ocidentais dobrou entre 2002 e 2015, segundo o governo.

Diario de Goiás

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