Soldados da 1ª Brigada de infantaria de Selva, do Exército, entraram nesta sexta-feira (27) na Pamc (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo), na zona rural de Boa Vista (RR), para fazer uma varredura no local em que 33 detentos morreram em rebelião no início do mês.
O Exército está dando suporte a homens da Polícia Militar e da Secretaria de Justiça e Cidadania durante a revista. Com o agravamento da crise no sistema prisional, o presidente Michel Temer reconheceu que a situação ganhou “contornos nacionais” e liberou as Forças Armadas para atuarem dentro das prisões brasileiras.
Na ação desta sexta, estão sendo empregados detectores de metais de chão e de parede para auxiliar nos serviços. Em dezembro de 2015 foi realizada uma operação desse tipo na Pamc.
Os presos estão sendo retirados das celas e a operação deve se estender por todo o dia, até que todas as alas sejam vistoriadas. No domingo (22), detentos voltaram a fazer tumulto iniciaram um tumulto após uma revista ter sido iniciada nas celas de um das alas.
A agitação aconteceu um pouco mais de duas semanas após um massacre que matou 33 presos na unidade prisional, causado por briga de facções.
Trinta e três presos foram mortos no dia 6 de janeiro na Pamc (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo), a maior penitenciária de Roraima, durante uma briga de facções. O caso envolveu presos ligados ao Comando Vermelho e ao PCC (Primeiro Comando da Capital), facção mais numerosa na penitenciária, após alguns deles quebrarem cadeados e invadirem a ala onde ficavam homens de menor periculosidade.
A maior parte das vítimas foi decapitada. Segundo a Sejuc, havia 1.475 presos na unidade quando o massacre aconteceu –a capacidade é para 750 detentos.
Foi o terceiro pior massacre já ocorrido dentro de uma unidade prisional na história do país e aconteceu quatro dias depois de 56 presos serem mortos no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus. O pior deles foi em 1992, quando uma ação policial terminou com 111 presos mortos no caso que ficou internacionalmente conhecido como massacre do Carandiru, em São Paulo.
Folhapress