O presidente da Saneago, Jalles Fontoura, informou ao Diário de Goiás com exclusividade nesta terça-feira (9) que após acordo com o Ministério Público Federal (MPF), governo federal e empresas vencedoras de licitações, as obras paralisadas serão retomadas. Em agosto de 2016 a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Decantação, para apurar desvio de recursos em contratos da Saneago. De acordo com o presidente, o anúncio da retomada das obras será feito durante solenidade na próxima quinta-feira (11), em Valparaíso.
“A Saneago tinha […] uma recomendação do Ministério Público Federal para paralisar todos os investimentos do governo federal de água e esgoto enquanto não resolvesse algumas questões. Era a Operação Decantação. Agora, ela está superada. Nós vamos retomar as obras do Corumbá IV, que é o abastecimento da cidade de Brasília e do Entorno Sul de Goiás. Também serão liberadas todas as obras que estavam paralisadas em Goiânia, especialmente o intermediário do Meia Ponte, o secundário da ETE”, informou o presidente.
Segundo Jalles Fontoura, foi realizado um acordo entre os órgãos públicos e as empresas que executavam as obras. Inclusive, as empresas concordaram em reduzir do preço da execução para que as obras pudessem ser retomadas. Caso contrário, seria necessário novo processo licitatório, o que consumiria mais tempo. A previsão da Saneago é de que as obras sejam concluídas em 18 meses.
“[As empresas] fizeram a renegociação com os fornecedores de bombas. Essas bombas são chamados de engenheiradas. Não são bombas do mercado. Elas têm características, curvas próprias para aquela obra. Então, são fornecedores, inclusive, empresas internacionais. Como aconteceu um problema, todos fizemos um esforço para poder reduzir esse preço de proposta sem perda da qualidade e feito o acordo. Todas as instituições envolvidas concordaram que o resultado era razoável, dava para continuar a obra e poder antecipar. Agora, com 18 meses, a partir do início das obras, vamos poder entregar água em Brasília e outra metade da água no Entorno Sul, pela Saneago”, destacou.
Em 24 de agosto a Polícia Federal deflagrou a Operação Decantação, com objetivo de apurar desvio de recursos em contratos da Saneago, que receberam repasses federais. Entre os presos, estava o então presidente da empresa, José Taveira, e o presidente do PSDB em Goiás, Afrêni Gonçalves. As investigações indicam que ocorreu desvio de R$ 4,5 milhões e foi evitado prejuízo potencial de R$ 7 milhões. De acordo com a PF, o dano ao erário pode ser maior.
Segundo o responsável pelas investigações na área criminal, Rodrigo Teixeira, os recursos desviados eram usados para pagamentos de Organizações Sociais na Saúde e ainda campanha eleitoral de candidatos do PSDB, em 2014. De acordo com o delegado, não há indícios concretos que os pagamentos fossem para a campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo.
De acordo com o delegado, a busca foi realizada com a intenção de obtenção de provas que liga o partido e a Saneago ao pagamento de dívidas de campanhas eleitorais de 2014. Rodrigo Teixeira não explicou a quantidade de recursos que teria sido destinada as Organizações Sociais e para quais delas o dinheiro foi direcionado.
Ao todo, cerca de 300 policiais federais cumpriram 120 mandados judiciais, sendo 11 de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 21 de condução coercitiva e 67 de busca e apreensão na sede de empresas envolvidas e do PSDB estadual, além de residências e outros endereços relacionados aos investigados. Também foi determinado o afastamento de oito servidores públicos e a proibição de comunicação entre nove envolvidos.
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