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O ex-vereador Maurício Beraldo foi preso durante Operação Alicerce realizada pelo Ministério Público de Goiás. Ele é acusado de ser o líder de um suposto esquema de fraudes em inscrições de famílias de baixa renda em ações de moradia popular no residencial João Paulo, região norte de Goiânia. O ex-parlamentar foi levado a Casa de Prisão Provisória.

Além de Maurício Beraldo foram presas outras sete pessoas, incluindo a esposa dele, Maria Aparecida Silveira e a irmã dele, Emília. De acordo com o Ministério Público de Goiás, Beraldo presidiu até o ano de 2002, a Sociedade Habitacional Comunitária (SHC). Logo após assumiu Pedro Bezerra que ficou no cargo até que a esposa de Beraldo, Maria Aparecida, passou a ocupar oficialmente a presidência da SHC. No entanto, segundo as investigações, Beraldo era o presidente oculto. O grupo é acusado de enriquecimento ilícito e de aproveitamento político.

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Fraude

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O Estado de Goiás doou área para viabilização do residencial João Paulo II para construção de moradias populares. O cadastro seria feito pela SHC, as famílias deveriam construir o alicerce e receberiam recursos do Cheque Moradia. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP-GO (Gaeco), procura saber para onde foi este dinheiro, pois entre os anos de 2005 e 2011, a SHC cobrava valores de famílias baixa renda. A primeira parte do projeto deveria ter sido concluída em 2011.

Segundo o Ministério Público, como o projeto não ficou pronto, em 2011 o Estado assumiu o empreendimento, mas a responsabilidade de fazer o cadastro ficou por parte da SHC. Segundo o Ministério Público, de 800 famílias, apenas 290 receberam as casas na 1ª etapa. Nem todas as famílias que pagaram pelos alicerces foram contempladas.

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Em 2012 foi iniciada a construção de 230 casas e realizado um convênio entre o Estado, por meio da Agehab e a Caixa. No entanto, segundo o Ministério Público, ao fazer o cadastro, era cobrado o valor de R$ 15 mil de famílias. A alegação era que, desta forma, seria mais fácil agilizar o processo. Foi destacado que não havia motivo para qualquer tipo de cobrança. O Ministério Público acredita que cerca de 500 famílias foram lesadas.

Ao Diário de Goiás, uma vítima que preferiu não se identificar disse que assinou um contrato em 2014, houve a promessa de que a casa fosse entregue em 2015, e posteriormente o compromisso foi adiado para 2016. Maurício Beraldo era quem coordenava as reuniões com os moradores e segundo a testemunha, havia pedido de votos, em troca de benefícios, com a alegação de que o processo pudesse ser mais ágil. A promotora Gabriella de Queiroz pediu para que as vítimas procurem o Gaeco para informar e ainda colher informações, por meio do telefone 3243-8581.

Foi destacado que houve movimentação de R$ 1,2 milhão nas contas da empresa, que é classificada sem fins lucrativos, bem como vários saques de até R$ 50 mil que teriam sido destinados para Maurício Beraldo. A esposa dele preside formalmente a SHC, a irmã dele é a atual tesoureira.

Interferência

Segundo o Ministério Público, um integrante da SHC, cujo primeiro nome é Silas, ocupou o cargo no Setor de Análise de Cadastros da Agehab. Ele seria o responsável por analisar as listas dos cadastros. Silas já não está mais na agência.

Foram cumpridos oito mandados de prisão temporária; nove de busca e apreensão; quatro de condução coercitiva e sequestros de bens que foram autorizados pela Justiça no valor de até R$ 2 milhões. De acordo com Gabriella Queiroz, o Ministério Público vai pedir o fechamento da SHC.

Maurício Beraldo e os outros presos foram levados para Casa de Prisão Provisória em Aparecida de Goiânia.

Atualizada às 15:30

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