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Ex-presidente da Colômbia dispara: “O que Bolsonaro faz ao meio-ambiente prejudicará toda a América Latina”

Por 4 anos atrás

Em entrevista ao Estadão publicada neste domingo (26/07), o ex-presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos disparou: “O que Bolsonaro faz ao meio-ambiente prejudicará toda a América Latina”. Ele governou a Colômbia por oito anos e encerrou o conflito com a guerrilha das Farc o que lhe rendeu um Nobel da Paz por toda a negociação. De algum tempo para cá, ele tem se engajado em causas ambientais. 

Durante a entrevista citou o engrandecimento da ciência na gestão da pandemia do novo coronavírus e afirmou que há grandes chances de aprendizado para poder tratar de outro problema existente: o aquecimento global. “Essa pandemia, por sorte, está colocando a ciência acima do populismo, da ideologia. Se isso for transferido ao meio ambiente, podemos acelerar as ações para parar o aquecimento global”, afirmou.

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Importância à ciência na pandemia e no combate ao aquecimento global

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Santos também citou países que têm priorizado as orientações das autoridades de sanitárias no combate ao novo coronavírus em detrimento aquelas que estão adotando políticas populistas. “A ciência volta a ser importante. Líderes e governantes precisam ter em conta a ciência para tomar suas decisões. É um dos efeitos positivos deste momento […] Países liderados por populistas autoritários geram desconfiança. É só olhar a diferença de resultados”, salientou.

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Criticou o excesso de fundamentalismo e os efeitos negativos do radicalismo introjetado na direita e até ultra-direita. “Os ambientalistas mais pragmáticos são indispensáveis. Quando alguém é fundamentalista, muitas portas são fechadas a ele. Um ambientalista pragmático é que mais necessitamos, por exemplo, para parar a destruição do Amazonas”, informa.

Populismos não colaboram

Juan que foi ministro de Defesa num governo conservador anterior ao seu, ao chegar no poder converteu-se em um político progressista. Mesmo assim, conseguiu coalizar e chegar a um consenso com o país. Ao longo dos oito anos no poder, Soares apaziguou os ânimos no país na guerra contra as Farc. “O populismo, de esquerda ou de direita, é muito atrativo em determinada conjuntura, mas fatal no médio e longo prazo. A história o comprova. O importante é manter os diálogos para gerar uma massa crítica no centro”, pontua.

Por fim, criticou a política ambiental do Brasil com relação ao aquecimento global e até mesmo o fogo na  Amazônia. “Me preocupa muito, me dói muito como latino-americano o que ocorre no Brasil. O que Bolsonaro faz sobre o meio ambiente e a ordem internacional multilateral, no longo prazo, prejudicará toda a América Latina. A pandemia mostra que falar e atuar só na base da intuição e na ideologia não traz bons resultados”, disparou.

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